As Festas Juninas são consideradas, hoje, os melhores festejos populares do Brasil. Sem luxo nem violência, essas festas agradam a todos e as famílias podem se divertir juntas.
Foram os jesuítas portugueses que trouxeram os festejos juninos, ou joaninos, para o Brasil.
As primeiras referências às festas de São João no Brasil datam de 1603 e foram registradas pelo religioso franciscano brasileiro, frade Vicente do Salvador. A princípio, a festa era só em homenagem a São João. As homenagens a Santo Antônio e São Pedro só começaram posteriormente, mas como também aconteciam em junho passaram a ser chamadas de festas juninas. O curioso é que antes da chegada dos colonizadores, os índios do Brasil realizavam festejos relacionados à agricultura, no mesmo período. Os rituais tinham canto, dança e comida à base de milho e mandioca.
A tradição junina brasileira homenageia, influenciada pela Igreja Católica, os três Santos nascidos em junho: Santo Antônio (13/6), São João (24/6) e São Pedro (29/6). Os festejos começam na véspera de Santo Antônio (12/6), considerado o santo casamenteiro.
Em algumas partes dos Brasil, principalmente no Nordeste, as festas juninas são chamadas, simplesmente, de “festas de “São João”. Campina Grande (PB) e Caruaru PE) disputam o título de “ Melhor São João do Brasil”, durante todo o mês de junho.
Dos salões refinados da França medieval, vieram as danças, principalmente, a “Quadrilha”, dança feita por quatro casais, daí a expressão “ Dançar quadrilha”.
Aqui no Brasil, a quadrilha se transformou em um bailado de casais, caracterizados com vestimenta tipicamente caipira.
Alguns quitutes, consumidos nas festas juninas, são de origem tupi, como : a canjica, o curau, a pamonha, bolo de milho, e outras iguarias, especialmente, o milho verde cozido e também o milho assado, preferencialmente, no calor da fogueira.
As bebidas, por sua vez, tem influência europeia: Quentão e Vinho Quente.
A decoração com bandeirinhas vem de um ritual católico. Era comum nas festas juninas do século XIX que as imagens de Santo Antônio, São João e São Pedro fossem pintadas em grandes bandeiras coloridas. Essas bandeiras eram colocadas em água em um evento conhecido como lavagem dos santos. A ideia era a purificação da água e de quem se banhasse com ela. Com o passar do tempo, as grandes bandeiras – ainda presentes em alguns lugares – deram vez às famosas bandeirinhas, em alusão a esse ritual.
Para os cristãos, a fogueira representa o nascimento de São João Batista. Isso, porque Santa Isabel teria usado o recurso para avisar a Maria que seu filho ia nascer e de que precisava de ajuda no parto. Alguns contam ainda que a fogueira protege a pessoa dos maus espíritos.
Já os balões e fogos de artifício, de origem chinesa, foram colocados nas festas juninas e serviam como uma forma de comunicação. Alguns eram soltos com o objetivo de avisar a parentes e vizinhos da região que a festança estava por começar.
O casamento caipira é uma sátira aos casamentos tradicionais. Santo Antônio ficou conhecido como o santo casamenteiro. Essa fama, segundo alguns religiosos, veio de pedidos feitos por moças ao santo, em busca de noivo e marido. E há várias simpatias, para o Santo Casamenteiro atender ao clamor das donzelas casadoiras.
O mastro com três bandeiras e fitas coloridas representa os santos populares da festa: Santo Antônio, São João e São Pedro. Já a brincadeira do tradicional Pau de Sebo é um mastro untado de sebo (gordura animal) que se presta a uma atividade recreativa, típica das Festas Juninas. A brincadeira consiste em subir num alto mastro de madeira ensebado, com o objetivo de alcançar um prêmio colocado no topo.
No Nordeste, tradicionalmente, as músicas típicas das festas juninas, usadas para animar as danças, são o forró-pé-de-serra, o xote e o baião, tocadas pela sanfona, triângulo e zabumba.
Fora isso, os “arraiais”, fogueiras queimando, e muitos fogos de artifícios alegram as noites de Santo Antônio, São João e São Pedro, caracterizando o maior São João do Brasil, principalmente do Nordeste.