AS ESTRELAS
Luís Guimarães Júnior
Boas amigas, imortais estrelas,
Eu vos comparo, oh níveas criaturas,
Ao ver-vos caminhar n'essas Alturas,
A um rebanho de lúcidas gazelas.
Bem se assemelha o vosso olhar ao delas,
Ninho de amor e ternas amarguras,
Mas sois mais puras que as gazelas puras,
Boas amigas, imortais estrelas!
As vezes, levo as noites, fielmente,
A vos seguir aí nas nebulosas
Planícies como um cão triste e dormente...
Mas vós fugis de mim!—silenciosas
Mergulhais no Infinito, de repente,
Como um bando de letras luminosas.