AS CRUZADAS (POEMA DO CARIOCA OLAVO BILAC)
AS CRUZADAS
Olavo Bilac
- Fulge-te o morrião sobre o cabelo louro,
- E avultas na moldura, alto, esbelto e membrudo,
- Guerreiro que por Deus abandonaste tudo,
- Desbaratando o Turco, o Sarraceno e o Mouro!
- Brilha-te a lança à mão, presa ao guante de couro.
- Nos peitorais de ferro arfa-te o peito ossudo,
- E alça-se-te o brasão sobre a chapa do escudo,
- Nobre: - em campo de blau sete besantes de ouro.
- "Diex le volt!" E, barão entre os barões primeiros
- Foste, através da Europa, ao Sepulcro ameaçado.
- Dentro de um turbilhão de pajens e escudeiros...
- E era-te o gládio ao punho um relâmpago ardente!
- E o teu pendão de guerra ondeou, glorioso, ao lado
- Do pendão de Balduíno, imperador do Oriente.