Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial domingo, 06 de outubro de 2024

AS BRASILEIRAS: Maria Isaura de Queiroz (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DOMINGOS BRITO)

AS BRASILEIRAS: Maria Isaura de Queiroz

José Domingos Brito

Maria Isaura Pereira de Queiroz nasceu em 26/8/1918, em São Paulo, SP. Socióloga, escritora e tradutora, conhecida como a grande dama da sociologia brasileira. Foi pioneira no estudo do povo do interior do Brasil, produzindo obras clássicas sobre o sertanejo, o caipira, a vida no campesinato e analise do “mandonismo local”.

 

 

 

 

 

Filha de Maria Moraes Barros Pereira de Queiroz e Manoel Elpídio Pereira de Queiroz, foi sobrinha da primeira deputada brasileira Carlota Pereira de Queiroz, na década de 1930. Teve os primeiros estudos na Escola Normal Caetano de Campos e ingressou no curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras da USP-Universidade de São Paulo, concluído em 1949. Emendou um mestrado em Sociologia, Antropologia e Política na USP, em 1951 e um doutorado em Sociologia na École Pratique des Hautes Études, em 1959, com bolsa do governo francês.

Foi aluna – e herdeira intelectual – de Roger Bastide que, em 1938, inaugurou os estudos sociais na USP, com a criação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, onde lecionou até se aposentar, em 1978, como professora emérita. Lecionou também na École des Hautes Études, em 1963-64; no Institut des Hautes Études d’Amerique Latine, na Universidade de Paris em 1961-1970; Université Laval, em Quebec, em 1964, e na Université des Mutantes, no Senegal, em 1979.

Membro da SBPC-Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência por mais de 40 anos. Sua obra abrange 3 temas: reforma e revolução por meio dos movimentos religiosos, messiânicos e do mandonismo na política; estudos rurais com base no campesinato e a cultura brasileira, destacando as histórias de vida, relações de gênero e o carnaval.

Principais livros: A Guerra santa no Brasil: o movimento messiânico no Contestado (1957), O messianismo no Brasil e no mundo (1965), Réforme et Révolution dans les société traditionnelles (1968), Os Cangaceiros : les bandits d’honneur brésiliens (1968), Images messianiques du Brésil (1972), O campesinato brasileiro (1973), O mandonismo local na vida política brasileira (1969), além dos ensaios: Cultura, sociedade rural e sociedade urbana no Brasil (1978), Carnaval brasileiro: o vivido e o mito (1992).

Em 1964 fundou o CERU-Centro de Estudos Rurais e Urbanos, ligado ao Departamento de Sociologia da USP, no qual se distinguiu por longo tempo, seja como presidente, seja como diretora de pesquisas. Sua finalidade é desenvolver pesquisas, organizar encontros de estudiosos das mais diversas áreas das ciências sociais e oferecer treinamento a estudantes de graduação e pós-graduação em ciências sociais. Edita uma revista e realiza encontros anuais, cujo tema do 49º Encontro Nacional de Estudos Rurais e Urbanos, em 2023, foi “Memórias & Patrimônios: as relações entre sujeitos, histórias e sociedades”.

Como socióloga, foi mais reconhecida fora do Brasil. Seus trabalhos foram traduzidos na Europa. Eric Hobsbawn, qu e muito a respeitava, traduziu para o inglês um de seus trabalhos. Teve destacada atuação logo após o Golpe Militar de 1964. Quando Florestan Fernandes foi preso, ela se encontrava no Canadá. Ali sua voz foi ouvida e repercutiu nos meios intelectuais. O Presidência da República, general Castelo Branco, alarmado com as repercussões, determinou que se apurasse quem era Florestan, para entender o acontecido. No movimento estudantil de 1968, os alunos da Faculdade de Filosofia organizaram a grande passeata contra a ditadura. O diretor da Faculdade fechou as portas da escola para que os estudantes fossem impedidos de nela reentrar. Ela colocou uma cadeira contra a porta, para impedir que fosse fechada; sentou-se e com seu guarda-chuva em riste, informou ao professor Erwin Rosenthal: “Os estudantes combinaram que vão bater pique aqui. E vão fazê-lo.”

Foi premiada no XI Concurso Mario de Andrade, do Departamento de Cultura do Município de São Paulo, em 1957; vencedora do Prêmio Jabuti de Ciências Sociais, da Câmara Brasileira do Livro, com o livro O messianismo no Brasil e no mundo, em 1966, e o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, do CNPq, em 1998. O prêmio foi entregue pelo seu colega, o presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Na época esta premiação era a mais alta condecoração científica do País. Ficou conhecida como a socióloga que tentou decifrar o Brasil e faleceu em 29/12/2018, aos 100 anos

 

 

 

 


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