Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial domingo, 16 de junho de 2024

AS BRASILEIRAS: Maria Esther Bueno (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DOMINGOS BRITO)

 

AS BRASILEIRAS: Maria Esther Bueno

José Domingos Brito

Maria Esther Andion Bueno nasceu em 11/10/1939, em São Paulo, SP. Conhecida como a “Bailarina do Tênis” devido a elegância do estilo de jogo, de certo modo atendeu ao desejo do pai, que queria vê-la dedicada ao balé. Grande dama do tênis brasileiro; melhor tenista do século XX da América Latina; uma das melhores tenistas da História; obteve 589 títulos internacionais.

Iniciou aos 6 anos no Clube de Regatas Tietê, ao lado de sua casa, com algum sucesso na disputa de provas de natação, mas logo mudou para o tênis. Aos 11 anos disputou o 1º campeonato; aos 14 conquistou o Brasileiro Infantil e 2 meses depois ganhou o Brasileiro de Adultos; aos 15 conquistou medalha de bronze de duplas nos Jogos Pan-Americanos do México, ao lado de Ingrid Charlotte Metzzner; aos 17 sagra-se bicampeã do torneio Orange Bowl, na Flórida, e aos 18 conquista seu 1ª título internacional adulto: o torneio de Fort Lauderdale.

No mesmo ano (1957), foi vice-campeã em Coral Gables e venceu 6 torneios em duplas. No ano seguinte, ao lado de Althea Gibson, ganhou o torneio de duplas de Wimbledon. Em 1959, aos 19 anos, ganhou o torneio de Grand Slam ao vencer Darlene Hard e pôs fim a 21 anos de domínio norte-americano em Wimbledon, assumindo a liderança do Rank Mundial. No dia seguinte, o jornal O Estado de São Paulo publicou: “A vitória de Estherzinha é festejada em todo o Brasil como um feito que supera o dos craques do futebol que se tornaram campeões mundiais há exatamente um ano, na Suécia.”

Por essa conquista, recebeu um prêmio de 15 dólares em voucher, “que você trocava por meia ou munhequeira, porque era totalmente amador e não podia ter prêmio em dinheiro”, declarou. Em 1960 alcançou o bicampeonato do torneio simples em Wimbledon e saiu na capa da revista Cruzeiro, de janeiro de 1961, ao lado de Pelé, Éder Jofre e o bicampeão de pesca submarina Bruno Hemanny. Em seguida participou do tradicional torneio da Austrália (atual Australian Open), onde teve poucas derrotas e algumas vitórias e faturou mais 3 torneios na Europa e 2 na América do Sul. Em duplas ganhou os 4 eventos do Grand Slam e outros 11 troféus, sendo a primeira mulher a conquistar o Grand Slam de tênis em duplas. Por isso foi novamente indicada nº 1 do ranking feminino.

Sua vida foi uma enorme coleção de premiações em torneios. Em 1961 teve um breve intervalo de 8 meses, devido a uma hepatite. Mas retomou a carreira no ano seguinte com 4 troféus de simples, vice na Itália, vitória de duplas nos EUA. Em 1963 retoma sua performance com 17 troféus de duplas, campeã em Wimbledon e Medalha de Ouro nos Jogos Pan Americanos de São Paulo. Em 1964 volta a ocupar o 1º lugar do Ranking Mundial e entrou no Guiness Book por ter vencido a tenista Carole Caldwell Graebner, no final do US Open, em apenas 19 minutos.

O final da carreira plena de vitórias, começou em 1965 com uma contusão no joelho esquerdo, que já vinha incomodando-a, e precisou de uma cirurgia e 4 meses de recuperação. Mesmo assim, conseguiu o tricampeonato na Itália e o vice em Wimbledon e Austrália neste ano. Em 1966 faturou mais alguns prêmios, como o tetracampeonato nos EUA e mais 4 títulos de simples e 2 de duplas. No ano seguinte, sua carreira foi praticamente encerrada, devido a uma contusão no braço direito. Na época não havia o “tie-brake” e ela jogou por mais de 10 horas seguidas, causando-lhe uma “epicondite”, inflamação no tendão do cotovelo, o tal “cotovelo de tenista”. Em 1968, os médicos disseram-lhe que o estrago era grande e ela não poderia voltar jogar.

“Um depoimento revela o profissionalismo de sua carreira: “Quando estava no auge em Wimbledon, acumulei três competições ao mesmo tempo (simples, duplas e duplas mistas) e cheguei a jogar 120 games num mesmo dia. Treinei pela manhã e joguei das 14h até 22h. Tive um problema muito sério, não podia mexer a mão. Fiz quinze cirurgias. Não tive coragem de dizer “não vou jogar mais”. Não podia deixar o público esperando. Você se sente na obrigação de jogar”. A partir daí, as paradas são mais constantes, mas em 1968 ainda faturou seu último título de Grand Slam e mais 2 torneios em 4 finais.

Após várias cirurgias na década de 1970, voltou a jogar sem o vigor de antes. Ainda assim, conquistou o Aberto do Japão de 1974, seu último título internacional. Em 1976, aos 36 anos, disputou Roland Garros e Wimbledon e chegou às quartas, seu pior resultado. No ano seguinte deu-se a última temporada: chegou à final em Dublin, caiu na 3ª rodada em Wimbledon e na 2ª do US Open. Pouco depois, em São Paulo foi eliminada na 2ª partida e anuncia o abandono definitivo das quadras, em 1978. Em seguida teve seu nome incluído no International Tennis Hall of Fame e ganhou uma estátua de cera no Museu Madame Tussands.

Recebeu diversas homenagens, como a “Raccheta D’Oro”, em 2006 em Roma e no mesmo ano foi convidada pelo US Open para a cerimônia de renomeação da instituição nacional do tênis nos EUA. A partir daí participou de diversos torneios internacionais como comentarista e faleceu em 8/6/2018, aos 78 anos. Segundo Gwen Robyns, no livro In Wimbledon: the Hidden dream “ela parecia um gato siamês exótico quando se movia pela quadra. Maria era sinuosa, sensual e feminina. Eles a chamavam de Rainha de Wimbledon”.

 


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