Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial segunda, 04 de março de 2024

AS BRASILEIRAS: Lota de Macedo Soares (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DOMINGOS BRITO)

 

AS BRASILEIRAS: Lota de Macedo Soares

José Domingos Brito

 

Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, mais conhecida como Lota, nasceu 16/3/1910, em Paris, França. Arquiteta, paisagista e urbanista autodidata, fez do aterro do Flamengo um jardim -Parque do Flamengo-, consagrando o Rio de Janeiro como “Cidade Maravilhosa” na gestão do governo Carlos Lacerda, em 1960. A empreitada evitou a construção de 4 avenidas com prédios à beira-mar.

Filha de Adélia de Carvalho Costallat e José Eduardo de Macedo Soares, Tenente da Marinha baseado na Europa. A família retornou ao Brasil em 1912 e o pai fundou o jornal O Imparcial, precursor do Diário Carioca. Na década de 1920, devido as críticas que o jornal fazia ao governo, o pai teve que fugir para a Europa, onde Lota estudou até os 18 anos num colégio interno na Suíça, e retornaram ao Brasil. Na década de 1930, teve aulas de arquitetura com Carlos Leão e pintura com Candido Portinari na Universidade do Distrito Federal.

Era fã da corredora de carros Mariette Hélène Delange e chegou a participar de algumas corridas do Circuito da Gávea. Por esta época ficou conhecida no meio intelectual e artístico do Rio. Em meados de 1942, passou uma temporada em Nova Iorque e fez alguns cursos no Museu de Arte Contemporânea. De volta ao Rio, foi vizinha e amiga do futuro governador Carlos Lacerda e conheceu, em 1951, a poeta Elizabeth Bishop com quem viveu até 1967. Bishop é uma das poetas mais famosas dos EUA, que veio para o Brasil passar 2 semanas e ficou por mais de 20 anos. Segundo os críticos este período em que ficaram juntas, foi o mais produtivo da poeta, tornando-a vencedora do Prêmio Pulitzer em 1956.

Quando Lacerda assumiu o governo do recém-criado estado da Guanabara, em 1960, convidou Lota para trabalhar num projeto de remodelação ao longo da Praia do Flamengo. Sua proposta ampliou bastante o aterro; impediu a construção de prédios e criou a Fundação Parque do Flamengo, da qual foi designada presidente. Na eleição seguinte Lacerda não foi eleito e a pressão dos sucessores levou-a a pedir demissão. Mas o Parque já estava pronto e foi inaugurado em 17/10/1965, contando com 1.200.000 metros quadrados.

O Parque passou a ser chamado oficialmente de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes (o trecho entre o Aeroporto e o Monumento aos Pracinhas) e de Parque Carlos Lacerda (área do Monumento aos Pracinhas até o Túnel do Pasmado). Lacerda formou um grupo de trabalho, sob o comando de Lota, visando a urbanização do aterro Glória-Flamengo a partir do desmonte do Morro de Santo Antonio. Ela montou a equipe contando com o arquiteto Affonso Reidy, que foi diretor do Departamento de Urbanismo na década de 1940 e alimentava a ideia de criação do Parque desde aquela época.

A equipe contou também com o paisagista Burle Marx e diversos engenheiros e arquitetos. Conta-se que ela era uma chefe durona e que Burle Marx chegou a chamá-la de prepotente e autoritária em entrevistas nos jornais. Lota e Bishop viveram juntas de 1951 a 1965. Dois anos após, Lota viajou a Nova Iorque para encontrar Bishop. No mesmo dia foi encontrada no sofá da sala com um vidro de antidepressivos na mão. Entrou em coma e faleceu pouco depois, em 25/9/1967.

Em 2008 Nadia Nogueira lançou o livro Invenções de si em histórias de amor: Lota-Bishop, pela editora Apicuri. Em 2011 Carmen L. Oliveira lançou o romance biográfico Flores raras e banalíssimas: a história de Lotta de Macedo Soares e Elizabeth Bishop, pela editora Rocco. Em 2013 o livro foi transposto para o cinema com o filme Flores raras, dirigido por Bruno Barreto, tendo Glória Pires no papel de Lota.

 


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