Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 29 de março de 2023

AS BRASILEIRAS : JOVITA FEITOSA (ARTIGO DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

AS BRASILEIRAS: Jovita Feitosa

José domingos Brito

 

 

 

Antônia Alves Feitosa nasceu em Tauá, CE, em 8/3/1848. Conhecida pelo apelido Jovita, alistou-se para a Guerra do Paraguai, em 1865 como Voluntária da Pátria. Foi vestida de homem, mas logo foi descoberta e seguiu assim mesmo para o Rio de Janeiro, como 2º sargento. Aclamada pelo público, tornou-se heroína nacional sem ter sido incorporada ao Exército, e foi inscrita no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria através da lei nº 13.423, de 27/3/2017.

 

Filha de Maria Rodrigues de Oliveira e Simeão Bispo de Oliveira, perdeu a mãe aos 12 anos e foi morar com um tio no Estado do Piauí. Pouco antes dos 18 anos alistou-se no Exército, disfarçada em roupas masculinas. Sua disposição e demonstração de coragem comoveu o presidente da Província do Piauí, Franklin Dória, que a aceitou como voluntária, recebendo farda e embarcando para o Rio de Janeiro. Ao chegar foi recebida como personalidade pública, atraindo a atenção de todos que queriam conhecer a mulher que desejava ir à guerra.

 

Transformada de repente em celebridade, foi notícia em todos os jornais cariocas, chegando a ser comparada a Joana D’Arc em prosa e verso. Sua fama chegou a causar a publicação de um livreto – Traços biográficos de Jovita: Voluntária da Pátria- escrito por Vivaldo Coaracy e publicado pela Typografia Imparcial de Brito & Irmão, em 1865. No entanto, sua incorporação ao Exército foi recusada pelo Ministro da Guerra. Seus apoiadores tentaram revogar a interdição e chegou a ser recepcionada pelo Imperador Dom Pedro II, em 18/9/1865, pedindo-lhe uma intervenção, que não foi atendida. Para custear seu retorno a Teresina, foi organizado um espetáculo beneficente entre os apoiadores. Ao chegar foi recebida pela família com certa frieza e teve dificuldades em se manter no mundo de onde viera.

 

Desiludida, voltou ao Rio de Janeiro e passou a levar uma vida precária. Conforme noticiou um jornal “arremessou-se no caminho da  perdição e da amargura”. Conheceu o inglês William Noot, funcionário da Rio de Janeiro City Improvements Ltd. e passaram a namorar. Em pouco tempo, o rapaz teve que voltar à Londres e deixou um bilhete de despedida que ela não leu por não saber inglês. Em 9/10/1867 foi até a pensão do rapaz; soube de seu retorno à Londres; ficou abalada; foi até o quarto que ele ocupava e pediu para ficar só por um instante. Como demorou mais que o previsível, foram ao quarto e a encontraram deitada na cama com um punhal cravado no peito. Deixou um bilhete declarando que ninguém a havia ofendido e que se matava por motivos que só ela e Deus conheciam.

 

O nome de Jovita foi esquecido até os últimos 30 anos, quando reapareceu em livros que mesclam mito e realidade. A prostituição e o suicídio de certa forma desapareceram no imaginário nacional e para muitas pessoas ela morreu em batalha. Sua memória foi também recuperada como heroína da luta das mulheres pela igualdade de direitos. Esta é uma das conclusões a que chegou o historiador José Murilo de Carvalho em seu livro Jovita Alves Feitosa: voluntária da pátria, voluntária da morte, publicado pela Editora 34, em 2019. O livro traz a reprodução de diversos documentos de época, notícias de jornal, depoimento dado à polícia, diversos poemas escritos em sua homenagem, fotografias etc. Sua inclusão no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria revela, de certo modo, os critérios sobre a inclusão de nomes no referido livro.

 

 

 


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