Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas quarta, 26 de julho de 2023

AS BRASILEIRAS: ENEDINA MARQUES (CRÔNICA DE JOSÉ DOMNGOS BRITO, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

AS BRASILEIRAS: Enedina Marques

Enedina Alves Marques nasceu em 13/1/1913, em Curitiba, PR.  Professora, primeira engenheira negra no Brasil e primeira mulher engenheira com destacada atuação profissional em seu Estado.

 

Filha de Virgília Alves Marques e Paulo Marques, que chegaram a Curitiba em 1910. A mãe trabalhava como empregada doméstica na casa do major Domingos Nascimento Sobrinho, que tinha uma filha da mesma idade de Enedina. Como as duas famílias se davam bem, o major bancou os estudos de Enedina, para que ela fizesse companhia a sua filha. As duas concluíram o curso Normal em 1935 e passaram a lecionar no interior do Estado: São Mateus do Sul, Cerro Azul e Campo Largo.

 

De volta a Curitiba, em 1936, ingressou num curso supletivo e passou a morar (e trabalhar) na residência do casal Mathias e Iracema Caron, no bairro do Juvevê, seus novos benfeitores. Ela não era formalmente empregada da família, mas pagava a guarida com alguns serviços domésticos. Pouco depois, ingressou no curso complementar em pré-Engenharia no Ginásio Paranaense (atual Colégio Estadual do Paraná) no período noturno, enquanto ainda residia com a família Caron. 

 

Em 1940 ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná e formou-se em Engenharia Civil, em 1945. Antes dela, apenas dois negros se formaram em engenharia naquela faculdade. No ano seguinte foi contratada como auxiliar de engenharia na Secretaria de Viação e Obras Públicas. Como funcionária pública ocupou os cargos de chefia da Divisão de Hidráulica e Divisão de Estatística. Em seguida, o governador Moisés Lupion concedeu-lhe transferência para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, onde trabalhou no Plano Hidrelétrico do Estado e atuou no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu.     

 

Conta-se que sua melhor atuação como engenheira se deu na Usina Capivari-Cachoeira. Apesar de vaidosa, usava macacão nos canteiros de obras e carregava uma arma na cintura, e de vez em quando disparava tiros para o alto para se fazer respeitar entre os homens da construção. Posteriormente dedicou-se a engenharia civil e atuou com desenvoltura na construção do Colégio Estadual do Paraná e na Casa do Estudante Universitário de Curitiba. Em 1958, o major Domingos faleceu, deixando-a como uma de suas beneficiárias em seu testamento.

 

Devido a sua carreira profissional, foi entrevistada, em 1961, pelo sociólogo Octávio Ianni, para uma pesquisa intitulada “Metamorfoses do escravo”, financiada pela Unesco. Aposentou-se em 1962 e recebeu do governador Ney Braga o reconhecimento de seus feitos na Engenharia, garantindo-lhe proventos equivalentes ao salário de um juiz. Passou a residir num apartamento no centro de Curitiba até agosto de 1981, quando foi encontrada morta, vitimada por um infarto dias antes. Estima-se que tenha falecido em 20/8/1981. Não tinha parentes próximos, nunca se casou nem teve filhos.

 

O Diário Popular, um tabloide sensacionalista, fez uma longa matéria retratando-a apenas como uma idosa excêntrica sem importância alguma e causou grande indignação entre os membros do Instituto de Engenharia do Paraná, que resultou numa razoável polêmica na mídia local e relatando seu legado como engenheira. A partir daí vieram homenagens póstumas: seu nome foi dado a uma rua no bairro Cajuru; recebeu uma inscrição no Memorial à Mulher Pioneira, local construído pelas Soroptimistas, organização internacional dedicada aos direitos humanos, da qual participou; em 2006, foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá; denominação do trecho da PR-340 na cidade de Antonina. Uma breve biografia ressaltando sua vida profissional foi realizada por Lindamir Salete Casagrande e publicada pela Editora Verso em 2021. 

 

Exibir, se possível, vídeo

 

 

https://www.google.com/search?q=enedina+marques+youtube&oq=enedina+&aqs=chrome.1.69i57j35i39j46i433i512j46i175i199i512j0i512j46i175i199i512j46i512j0i512l2.1156031707j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:34e344ee,vid:MZxW3suSKDQ



Conheça a história de Enedina Alves Marques - YouTube

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1:01

 

INTERPROGRAMAS - 18.07.17: Enedina Alves Marques foi a primeira negra a se formar em engenharia no Brasil. O grande desafio de Enedina foi ...


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