Imagens do acervo do Museu Boulieu, o mais novo de Ouro Preto, em Minas Gerais, focado na arte barroca — Foto: Nelson Kon / Divulgação
Ao pisar no salão cheio de imagens sacras dos séculos XVII e XVIII, o visitante é envolvido pela voz de Maria Bethânia declamando poemas de Fernando Pessoa. Essa é uma das experiências proporcionadas pelo Museu Boulieu, o mais novo espaço cultural dedicado ao barroco em Ouro Preto, coração do circuito de cidades históricas de Minas Gerais.
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Inaugurado no último dia 13 , o novo museu se destaca por mostrar como a arte barroca se desenvolveu não apenas em Minas Gerais, mas em diversos países do mundo. A coleção foca em peças produzidas também em outras colônias europeias na Ásia e na América Latina, e os resultados obtidos por artistas de cada um desses locais, frutos de misturas culturais e sincretismos religiosos.
O museu foi formado através da coleção doada pelo casal Jacques e Maria Helena Boulieu, com 2.500 peças. Dessas, 1.050 farão parte da exposição permanente. Há especialmente esculturas de pedra e madeira, mas também pinturas, móveis, utensílios de prata e ouro e peças religiosas.
Veja fotos do Museu Boulieu, novo espaço cultural em Ouro Preto dedicado à arte barroca
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Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e projeto de restauração e expografia do Instituto Pedra, o museu tem curadoria de Angelo Oswaldo. Ele, que é o atual prefeito de Ouro Preto, dispôs o acervo de modo a ajudar a contar um pouco da histórica do espalhamento da fé cristã a partir da Península Ibérica em direção às colônias. São nove setores: "A fé e o império conquistam o mar"; "O mundo encantado das Índias"; "Americanos de Norte a Sul sob o sinal da cruz"; "O brilho dos metais e a luz da religião"; "A América hispânica e o esplendor do culto"; "Os engenhos da arte no Brasil açucareiro"; "A palma barroca na mão do povo"; "O eldorado no coração da grande floresta"; e "Esfera da opulência e teatro da religião".
Também há um espaço dedicado a exposições temporárias, com peças de fora da própria coleção. A primeira, que irá até 30 de julho, é "Aleijadinho - fotografias de Horacio Coppola", em parceria com o Instituto Moreira Salles. O conjunto de fotografias retrata as obras do mais importante escultor do barroco brasileiro, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a partir da viagem feita por Coppola a Minas Gerais em 1945.
Imagens do acervo do Museu Boulieu, o mais novo de Ouro Preto, em Minas Gerais, focado na arte barroca — Foto: Nelson Kon / Divulgação
Instalado no antigo Asilo São Vicente de Paulo, um prédio de 1932 num dos principais acessos ao centro de Ouro Preto, o museu ocupa um espaço de 400 metros quadrados. As seis salas de exposição se concentram no segundo andar, e os visitantes têm acesso ainda a um café e uma loja.
O Museu Boulieu fica na Rua Padre Rolim 412 e funciona segunda, quinta, sexta, sábado e domingo das 10h às 18h; e quarta, das 13h às 22h. O ingresso custa R$ 10, menos às quartas, quando a entrada é gratuita. Mais informações em museuboulieu.org.br.