Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Leonardo Dantas - Esquina quinta, 20 de setembro de 2018

ARRUANDO PELO RECIFE: NO TEMPO DA MAXAMBOMBA

 

 
ARRUANDO PELO RECIFE: NO TEMPO DA MAXAMBOMBA

Estação de Ponte D’Uchoa

Sentado em um dos bancos da Estação de Ponte D’Uchoa, construída em 1865 e situada em frente ao Colégio Damas, estamos a recordar o tempo distante das maxambombas.

Tudo aqui nos leva a recordação do primeiro trem urbano da América da América do Sul, ou como diríamos nos dias atuais, o nosso primeiro metrô de superfície, surgido naquela tarde de cinco de janeiro de 1867, que veio unir o centro do Recife aos subúrbios mais distantes.

Explorados pela Brazilian Street Railway Company, empresa dirigida por ingleses, os trens urbanos receberam o apelido de maxambomba, estabelecendo assim a “Linha Principal”; que ao chegar à Estação do Entroncamento(hoje praça do mesmo nome), se bifurcava em três ramais: Linha Principal (Dois Irmãos), Caxangá, Arraial (Casa Amarela e Monteiro).

Maxambomba no Cais Martins de Barros

Com o passar dos anos os ramais foram estendidos até a povoação de Beberibe, que tinha seu itinerário através da atual Avenida João de Barro, se bifurcando na Encruzilhada de Belém, com as composições seguindo pela Estrada de Belém (Olinda) e Estrada de Beberibe (hoje avenida).

A ligação com Olinda, porém, só veio a ser inaugurada em 24 de junho de 1870, através da Estrada de João de Barros passando pela Encruzilhada, seguindo pela Estrada de Belém até atingir, o vizinho município, nas localidades de Salgadinho, Duarte Coelho e Carmo.

A primeira linha da maxambomba possuía a bitola de 1.219 mm (quatro pés), atingindo a povoação de Dois Irmãos em 24 de junho de 1870.

Posteriormente, com a construção da Ponte Lasserre (Ponte da Capunga), a maxambomba passou a servir a toda Estrada Nova de Caxangá, chegando até a Várzea (1885).

Fundão – Beberibe

Linha do Arraial, porém, com destino à Casa Amarela e Monteiro, vem ser inaugurada em 24 de dezembro do ano de 1870.

O vocábulo maxambomba, segundo Pereira da Costa, “tem origem fluminense, em cujo estado há uma localidade [hoje Nova Iguaçu] assim chamada”; na antiga cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), capital da República de Moçambique, na África Austral, o vocábulo servia para designar certo tido de transporte coletivo (espécie de micro-ônibus); opinando Antenor Nascentes ter ele origem na corruptela de machine pump (bomba mecânica).

No ano de 1870, segundo o relatório da concessionária, o sistema de transportes era composto por cinco locomotivas, onze carros de passageiros e mais cinco outros destinados aos serviços de carga.

Estacão do Chapéu de Sol de Aguá Fria

Vale recordar do escritor Mário Sette, “cada um de que viveu seu tempo (da maxambomba) guardará uma recordação amável, esquecendo a poeira dos vagões, o sacolejo das rodas, as janelas sem vidraças, os atrasos nos desvios, os argueiros de carvão e os pregos dos bancos que furavam as calças novas… Olhamos, de longe, somente o lado bom das maxambombas. Sem cometer o gesto ingrato daqueles que recitavam os versinhos em voga antigamente:

Trepei na bomba
Comi pitomba;
Atirei caroço
Na maxambomba…


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