As bandeirolas coloridas, o ritmo do forró e as comidas típicas são características do inverno brasiliense, que coincide com os festejos juninos e julinos. As programações divertem a capital e possuem público cativo, que aguarda ansiosamente o momento de calçar a bota e tentar um arrasta-pé.
Maria afirma que o brasileiro é um apaixonado pelo gênero musical. "Nós amamos forró, quando chegamos em um lugar e toca Luiz Gonzaga, é aquela alegria. É algo muito típico nosso", defende. Para edição deste ano, a expectativa dos organizadores é receber em torno de 80 a 100 pessoas, público parecido ao que frequentou a edição de 2019. "Temos também muito espaço para dançar, perto do palco separamos um local, com as mesas afastadas. Mas quem não gosta pode ficar sentado aproveitando as iguarias", frisa.
O sanfoneiro Aderson Gomes de Almeida, 73 anos, é um dos integrantes da Forró & Tal que comanda a festa. "Comecei a tocar o instrumento quando tinha uns 15 anos. Considero que esse espaço de junção (de festa junina com forró) é importante pelo prazer de todos estarem felizes, porque é uma alegria muito grande", constata.
Opções em toda parte
Avançando ao sul do Plano Piloto, a 5ª edição do São João do Guará está garantida. A programação, que começou ontem, segue até domingo. O evento é organizado pelos empresários Mayara Franco, Tamara Mansur e Joel Alves. Mayara explica que o grupo está aberto a parcerias e patrocínios para ajudar na realização da festa. "Idosos acima de 60 anos, crianças até 12 anos e pessoas com deficiência não pagam, é uma celebração cultural", explica.
O Trio Siridó, que completa 50 anos de formação, dá o tom musical da festa. José Torres da Silva, 78, é um dos integrantes do grupo e declara verdadeira felicidade em poder, com a música, levar alegria aos brasilienses por tantos anos. "É muito bom para nós, que nos apresentamos, tocar esse repertório de pé de serra para o público e ver a reação", afirma. José detalha que o trio apresenta músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e outros grandes nomes do forró.
Após as severas restrições impostas pela covid-19, o Complexo Gastronômico de Brasília estreia na quadra junina em seus três pólos. A expectativa é receber 700 pessoas com a programação. A proprietária e organizadora do evento, Lídia Nasser, destaca que a decoração será diferenciada, com música ao vivo e comida típica. "Decidimos fazer a festa junina porque sabemos que o brasiliense gosta muito e justamente por ficar dois anos sem poder aproveitar, quisemos trazer esse diferencial", explica Lídia, afirmando que o espaço tem tradição em promover eventos típicos que são bem aceitos pelo público, como a noite árabe, que ocorre mês.
A proprietária do Complexo Gastronômico acrescenta que o pagamento self-service dos eventos tem feito sucesso. "É um formato que tem funcionado de forma bem legal e acho que vai ser muito bom, o nosso público adora. A dança, nesse momento de festa, é extremamente importante. Começa a escutar o toque da música e não consegue ficar parado. A gente montou um lounge, com bastante espaço pro pessoal pra dançar, curtir e aproveitar junto", acredita.
Para quem curte uma arraial diferente
E para quem gosta de conhecer outras tradições, a Igreja Ortodoxa São Jorge, no Lago Sul, abre espaço para o Arraiá Árabe. O organizador do evento, Thomas Jibrin, conta que, antes da pandemia, a festividade era comum. "Apesar da igreja ser católica ortodoxa, a maioria das pessoas são da colônia árabe, que é muito unida. Nos reunimos todo domingo e a festa é uma forma de fazer algo para arrecadar dinheiro para a igreja. Além das comidas típicas brasileiras, vendemos comidas árabes durante o evento", afirma Jibrin convidando para a festa.
Embora o evento mantenha a mesma organização do modelo da festa junina tradicional, não é só o cardápio que é incrementado. "Em 2019 fizemos uma apresentação de dança árabe. Em geral, os árabes são muito festeiros, então é capaz do pessoal fazer a dança típica, mesmo sem termos nos planejado para isso este ano", anuncia.
Thomas explica que a dança se chama dabke. "Fazemos um círculo, todos de mãos dadas, um vai pegando na mão do outro e vão batendo o pé. Todos vão girando, balançando, pulando, é bem tradicional, mas os brasileiros entram sem pensar duas vezes. É um dos momentos mais legais da festa. É uma dança que une todo mundo, independente da crença", afirma. A expectativa é receber 1.500 pessoas nos dois dias de programação.