ARMAS e LIVROS
A concessão, pela Biblioteca Nacional, da Medalha de Ordem do Mérito do Livro para quem não enxerga mérito nenhum no Livro, a exemplo do inepto e inapto Daniel Silveira, é um escárnio e um desrespeito à nação brasileira e a todos que tem na Literatura um pilar importante na formação cultural de um povo. Também por isso, continuarei a me armar de Livros e a me livrar de armas.
SER ATINGIDO PELOS VERSOS DE UM PESSOA
É triste a ameaça de termos bibliotecas transformadas em clube de atiradores ou em loja de vender revólveres. Vou preferir mil vezes sair de casa e deparar-me com alguém cantando uma cantiga de Chico Buarque ou recitando algum Manoel, seja o Bandeira ou o de Barros, a ter que botar as mãos para cima e entregar meus pertences a um marginal. Sem qualquer dúvida, será mais prazeroso o risco de ser atingido pelos versos de um Fernando Pessoa. Ao abrir o jornal, melhor será encontrar o realismo de uma crônica de Paulo Mendes Campos que a relação dos crimes ocorridos no dia anterior.
‘PARADO AÍ, ISSO É UM POEMA!’
Como já disse um Poeta, que bom seria encontrar na rua alguém armado com um livro importunando um pacífico transeunte: ‘Parado aí, isso é um Poema!’ antes de atingi-lo com rimas de Carlos Penna Filho. Ou de Vinícius. Talvez, com um repente de Pinto do Monteiro. Mas há quem prefira o contrário. Há de tudo. Para que eu me se sinta feliz e seguro dentro e fora de casa, bastar-me-á o direito de portar um livro: assim estarei protegido contra a ignorância e a burrice que sobeja nesse nosso mundo atual.