Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

MPB da Velha Guarda quinta, 23 de junho de 2022

ARACY CORTES
ARACY CORTES

Raimundo Floriano

 

 

Aracy Cortes

 

                        Zilda de Carvalho Espíndola, a Aracy Cortes, cantora e atriz, nasceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 31.3.1904, cidade onde veio a falecer, no dia 8.1.1985, com 80 anos de idade.

 

                        Filha do chorão Carlos Espíndola, foi vizinha de Pixinguinha no Bairro carioca do Catumbi, onde viveu até os 12 anos. Após alguns anos morando com a madrinha, saiu de casa, aos 17, para trabalhar num circo.

 

                        Foi descoberta pelo compositor Luís Peixoto, quando cantava e dançava maxixes no Democrata Circo, e seu nome artístico lhe foi dado pelo crítico teatral do jornal A Noite, Mário Magalhães, ela quando passou a atuar no Teatro de Revista, no início dos Anos 1920.

 

                        Estreou no Teatro Recreio, em dezembro de 1921, na Revista Nós Pelas Costas, de J. Praxedes, tendo composições de Pedro Sá Pereira. Dois anos mais tarde, já era nome consagrado ao atuar na Revista Que Pedaço de Sena Pinto, com música de Paulino Sacramento, onde se destacou com o samba Ai, Madama.

 

 

                        Primeira grande cantora popular brasileira, foi praticamente a única a ter sucesso na Década de 1920, quando, até então, os grandes nomes eram de vozes masculinas. Lançou seu primeiro disco em 1925, pela Odeon, gravando as canções Serenata de ToselliA Casinha e Petropolitana.

 

                        Três anos mais tarde, obteve enorme sucesso ao lançar, na revista Microlândia, o maxixe Jura, de Sinhô, gravado, simultaneamente, por ela e pelo estreante Mário Reis, em fins de 1928. Sua gravação do samba-canção Ai, Ioiô, no disco com o título de Iaiá, de Henrique Vogeler, Marques Porto e Luís Peixoto, realizada naquele ano, e por ela lançado na Revista Miss Brasil, tornou-se uma das mais famosas da discografia da Música Popular Brasileira.

 

                        Na Revista Laranja da China, de Olegário Mariano, com música de Júlio Cristóbal, Pedro Sá Pereira e Ary Barroso, encenada no Teatro Recreio, em 1929, interpretou o samba Vamos Deixar de Intimidade, responsável pelo lançamento de Ary Barroso como compositor.

 

                        Em 1930, lançou, na Revista É do Outro Mundo, o samba-canção No Rancho Fundo, na época denominado Este Mulato Vai Ser Meu, de Ary Barroso e Lamartine Babo, com o subtítulo Na Grota Funda. Nesse mesmo, ano lançou, na Revista Diz Isso Cantando, a música No Morro, de Ary Barroso e Luís Iglésias, que, oito anos mais tarde, seria reescrita e se tornaria o sucesso Boneca de Piche, nas vozes de Carmen Miranda e Almirante.

 

                        Em 1932, gravou, com sucesso, o samba Tem Francesa no Morro, de Assis Valente. Foi a primeira vedete de Revista Nacional a excursionar pelo Exterior, quando, em 1933, o empresário Jardel Jércolis levou à Europa uma companhia, da qual Aracy era a estrela.

 

                        Em 1938, atuou na Revista Rumo ao Catete, levada no Teatro Recreio, contracenando com Eva Tudor e Oscarito.

 

                        Em 1939, novamente no Teatro Recreio, atuou na Revista Entra na Faixa, de Luís Iglésias e Ary Barroso, na qual lançou o samba-exaltação Aquarela do Brasil.

 

                        Entre as Décadas de 1950 e 1960, afastou-se do meio artístico, voltando em 1965, no Espetáculo Rosa de Ouro, promovido por Hermínio Bello de Carvalho e Kleber Santos, ao lado de Clementina de Jesus, onde atuavam Paulinho da Viola e Elton Medeiros, entre outros, acompanhados pelo Conjunto Rosa de Ouro, que rendeu dois LPs, lançados pela Odeon, Rosa de Ouro 1, em 1965, e Rosa de Ouro 2, em 1967.

 

 

                         Em 1976, apresentou-se no Teatro Glauce Rocha e, em 1978, no Teatro Dulcina. Em 1984, foram lançados, pela Funarte, o LP Araci Cortes, uma coletânea com depoimentos da cantora, e um livro de autoria de Roberto Ruiz, comemorativos de seus 80 anos. Também nesse ano, a Sala Sidnei Miller da Funarte homenageou-a com um show biográfico, interpretado pela cantora Marília Barbosa, que revivia sua vida e suas canções, e no qual ela fazia uma rápida participação especial.

 

 

                        Os discos e livro acima citado, além de 76 faixas remasterizadas de bolachões 78 RPM, são facilmente encontráveis nos sites de busca especializados.

 

                        Aracy Cortes, ao morrer, teve o corpo velado no saguão de entrada do Teatro João Caetano, na mesma Praça Tiradentes em cujos Teatros obteve grandes sucessos.

 

                        O Espetáculo Rosa de Ouro foi tão marcante que, posteriormente, a Série Raízes Brasileiras, da gravadora EMI, lançou um CD com 20 de suas faixas mais representativas.

 

 

                        E é desse memorável show que escolhi as cinco peças a seguir, como pequena amostra do trabalho desse grande ícone da MPB.

 

                        Tem Francesa no Morro, samba de Assis Valente:

 

 

                        Ai, Ioiô, samba-canção de Henrique Vogeler, Marques Porto e Luís Peixoto:

 

 

                        Flor do Lodo, samba-canção de Ary Mesquita:

 

 

                        Jura, maxixe de Sinhô:

 

 

                        Os Rouxinóis, marcha-rancho de Lamartine Babo:

 

 

 


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