Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Literatura - Contos e Crônicas domingo, 19 de janeiro de 2025

ANTIRRACISMO EM CONTOS LEVES: LIVRO DE DU PRAZERES (POSTAGEM DA LEITORA MARIA CLARA MACHADO)

Contos antirracistas para pensar uma sociedade mais igualitária

Du Prazeres une ficção científica, afrofuturismo, narrativas ancestrais e cultura popular em busca do combate ao preconceito por meio da educação

Professor universitário, cria da favela, formado em escolas públicas e homem preto, Du Prazeres vivenciou as lutas da comunidade negra e percebeu desde cedo que a educação é a única forma de combater o racismo. A estreia dele na literatura, com Antirracismo em contos leves, levanta debates sobre os preconceitos e a importância de buscar um mundo com mais igualdade social.

Os 12 contos apresentados na obra atravessam temas urgentes que refletem sobre o país: a influência do tráfico entre jovens na favela; a falta de oportunidades profissionais que leva muitos meninos a verem o futebol como alternativa exclusiva para o sucesso; a dificuldade de continuar os estudos em um ambiente desfavorável; e o uso da representatividade em obras culturais para fins unicamente comerciais. São temas diversos, mas que formam um retrato contemporâneo dos dilemas de um Brasil racista e com profundas diferenças econômicas.

O desespero é tão grande que pego um pouco de terra batida, abaixo a cabeça, disfarço e passo a poeira no rosto, para secar a lágrima que já não era só uma. Respiro fundo. Tento pensar em coisas bonitas, em coisas que me deram alegria. Penso em minha mãe, acho que neste exato momento se meu pai voltasse, eu o abraçaria. Que se dane! Pra que levar ódio junto com a gente. Viu só? Eu sei que é pecado, então eu saber que é um sentimento errado, já anula tudo. Mata o pecado. Tenho total ciência do que é certo ou errado, mas sou gente. (Antirracismo em contos leves, p. 54)

Como o mundo atual não pode ser dissociado do passado, o autor mostra o poder da ancestralidade nos textos “1881 - Desapropriação”, “Ginjinha” e “A luz que tudo ilumina”. No primeiro, os personagens estão ameaçados de perder suas terras, então a resistência se torna um ato para proteger a cultura e a identidade da comunidade. O segundo conto revela como uma simples bebida remonta à memória afetiva familiar, à busca por pertencimento e aos impactos da imigração. Já o terceiro apresenta um griot, o guardião da memória e da palavra em muitos povos africanos, que compartilha saberes com crianças ao redor de uma fogueira.

Além de textos mais voltados ao realismo, que se inspiram na cultura popular e nas narrativas ancestrais, Du Prazeres utiliza o afrofuturismo e a ficção científica para imaginar outras realidades para a população negra. Em “Ìwa Pèlè”, uma doença que só afeta pessoas brancas faz pesquisadores viajarem a outro planeta à procura de uma substância de cura, mas a capitã do grupo precisará enfrentar alienígenas no meio da missão. “Tulipas Kaufmannianas”, por outro lado, analisa o valor do afeto e da empatia ao narrar a história de um general solitário que forma vínculo com uma cadela destinada a uma missão espacial perigosa.
 
Com apresentação da escritora Cidinha da Silva e arte produzida pela pintora Ani Ganzala, Antirracismo em contos leves potencializa discussões em prol de utilizar a literatura como ferramenta de mudança social. “Não é confrontando belicamente os brancos que vamos minimizar o racismo. Como homem negro e apaixonado por literatura, quis contribuir com ideias para a consolidação do debate sobre como buscar um pouco mais de igualdade, não só racial, como para toda a sociedade. Acredito verdadeiramente no alcance de um livro como instrumento de mudança”, afirma o autor.

FICHA TÉCNICA

Título: Antirracismo em contos leves
Autor: Du Prazeres
Editora: Bambolê
ISBN: 978-65-86749-72-4
Páginas: 136
Preço: R$ 39,90
Onde comprar: Amazon | Editora Bambolê

Sobre o autor: Professor da Universidade Estadual de Londrina, pós-doutor em Letras pela PUC-RIO, revisor de grandes editoras, Du Prazeres estreia como escritor com o livro Antirracismo em contos leves. Carioca do Estácio, cria da favela, filho e neto de empregadas domésticas, estudante de escolas públicas e homem negro, defende a educação como única forma de combater o preconceito e a ignorância. Atualmente reside em Londrina, no Paraná, com os dois filhos e a esposa.

Redes sociais do autor:

Instagram: @duprazeresautor
Facebook: /eduardo.prazeres.7




Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros