ANSEIOS
Florbela Espanca
À minha Júlia
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar...