Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 02 de janeiro de 2022

ANO NOVO, VIDA NOVA: DICAS E SIMPATIAS PARA UM CICLO MELHOR

Ano novo, vida nova: dicas e simpatias para um ciclo melhor

Rituais e simpatias são alguns dos elementos mais usados na chegada de um novo ano. Mesmo quem não acredita em nada disso pode apostar para encarar 2022 com otimismo

por Ailim Cabral
postado em 02/01/2022 08:00
 
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A virada de 2021 para 2022 teve um gostinho especial. A energia do recomeço veio com ainda mais força, e a perspectiva de dias melhores preenche até mesmo os corações mais receosos. A esperança, com o auxílio da terceira dose da vacina, permite novos planos, sonhos e inspira mudanças positivas.

Mas e quanto aos mais céticos, que não acreditam em energias espirituais e, ainda assim, desejam um ano mais próspero? As crenças não devem limitar os sonhos e desejos de libertação. Pequenos hábitos, como ouvir uma música gostosa ao acordar, acompanhado de uma xícara de chá quentinho, podem mudar todo o seu o dia. E até seu ano.

Para a bióloga e terapeuta Carla Moreira Ramos, 42 anos, todo fim e início de ano são marcados pelo sentimento de renovação. "Ninguém quer virar o ano e ter a mesma vida de antes, por melhor que tenha sido. Todos procuram e esperam alguma mudança. Mas, para isso, é preciso abrir espaço para o novo", afirma.

Carla ressalta que, embora 2022 já tenha começado e os rituais de virada preparados e feitos, a mudança principal vem de dentro e precisa durar o ano inteiro para que realmente faça diferença. Fã de organização e de Marie Kondo (especialista na área), há quase uma década Carla inicia todo ano com uma limpeza geral na casa, nos armários e em todos os seus objetos. Para ela, é um ritual de desapego e preparação para novas vivências.

Para a bióloga, ao eliminar o que não usa mais em casa, incluindo objetos de cozinha e decoração, ela sente que se prepara para tirar de sua mente e seu coração o que não faz mais bem. "É sobre eliminar tudo o que não faz sentido. Ao longo da vida, acumulamos itens que, com o tempo, deixam de fazer sentido, mas não queremos desapegar pelo que significou um dia. Ao mesmo tempo, queremos o novo, que só virá se abrirmos espaço", afirma.

Carla gosta de usar a técnica ensinada por Marie Kondo em seu livro e programa, avaliando que tipo de sentimento seus objetos trazem. Se não for alegria, é hora de doar ou jogar fora. Ao ritualizar o processo de organização da casa e dos armários, ela acredita que prepara também sua mente. "Fico mais leve, não fico entulhada, nem de coisas nem de sensações, sentimentos e hábitos que não combinam mais comigo ou que eu não quero continuar cultivando."

O processo é intuitivo e começa nos últimos meses do ano, perpetuando-se até janeiro. Limpar todos os sapatos, inclusive as solas, e passar as roupas que vai manter também ajudam a bióloga a se sentir preparada para novos desafios.

O simbolismo e a mente

Em seus estudos sobre a mente humana, Carla percebeu o quanto o simbolismo pode ser uma influência positiva para quem busca por mudanças. "Muitas vezes, queremos uma mudança em nós e não sabemos por onde começar. Fazer algo mais concreto, como renovar o guarda-roupa, acaba sendo o início de todo esse processo de organização da mente." Ela acredita que, percebendo ser capaz de organizar seu espaço físico, seu cérebro entende que você está apto também a organizar sua vida emocional e suas ideias e decisões.

A psicóloga ressalta a importância de seguir uma rotina e cumprir as metas a que se propõe. Isso traz uma sensação de dever cumprido e evita a frustração consigo mesmo. Vencer metas é um estímulo a continuar com as mudanças positivas, enquanto não cumpri-las aumenta a sensação de fracasso e insatisfação pessoal. "É importante, porém, investir em metas possíveis. Não adianta querer fazer muitas coisas e não levar adiante. É mais seguro escolher metas mais atingíveis e, conforme vencê-las, adicionar outras", explica Fernanda.

Porém, antes de investir nas mudanças, a psicóloga sugere uma autoavaliação baseada em autoconhecimento. Ao se conhecer e compreender, é possível avaliar o que se deseja e como conquistar. "Para mudar, é preciso entender primeiro o que se quer manter e o que se quer deixar para trás. E isso varia de pessoa para pessoa."

A massoterapeuta Iara Carvalho Guimarães, 34 anos, e a analista de recursos humanos Maysa Martins, 42, são do time espiritualista e apostaram em rituais especiais na noite do dia 31 de dezembro.

 

Iara Carvalho: "Quando agimos com a caridade, o resultado é bom"
Iara Carvalho: "Quando agimos com a caridade, o resultado é bom"(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

 

Iara passou a virada em casa e acendeu uma vela de sete dias para seu anjo protetor, além de preparar uma mistura de mel, água e canela para atrair prosperidade e ofertar rosas brancas a Oxalá e a Jesus Cristo, para a abertura de seus caminhos. Este ano, segundo as crenças de Iara, será regido por Iemanjá, e ela passou a noite vestida de azul, para atrair as boas energias da orixá.

Mas a massoterapeuta não se agarra apenas às forças espirituais. Ela acredita que é necessário fazer a sua parte para garantir um ano melhor. Durante todo o mês de dezembro, investiu na saúde física e mental, evitando inclusive ter contato com notícias e situações negativas.

Ela sugere que mesmo quem não tem religião ou não acredita em nada mantenha pensamentos positivos nos primeiros dias do ano, atraindo para si o que deseja. Enfeitar a casa com flores ou mesmo oferecer uma a um desconhecido, doar algo que não usa mais ou fazer o bem ao próximo são alguns dos gestos que Iara considera universais.

"Independentemente de rituais e crenças, quando agimos com a caridade do nosso coração, o resultado só pode ser bom. E para completar, uma frase que me toca que é não sofra com o passado, não anseie pelo futuro, viva o presente", completa.

Ervas e proteção

Maysa, assim como Iara, é umbandista e tem nos banhos de ervas um dos rituais preferidos de início de ano. A analista de recursos humanos segue também as orientações de sua religião, com preceitos como orações e agrados aos orixás e entidades.

 

Maysa Martins: "Limpo os móveis e uso água de alfazema para remover as energias negativas"
Maysa Martins: "Limpo os móveis e uso água de alfazema para remover as energias negativas"(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

 

Nas duas últimas semanas de cada ano, ela acende velas de sete dias para agradecimento e proteção. Na última semana, Maysa faz uma faxina na casa, limpando de dentro para fora e despachando a sujeira para longe. Em seguida, vem uma limpeza de fora para dentro, com essências de alfazema, rosa branca e água de arroz, com o intuito de atrair as boas energias. 

"Limpo também os móveis e uso água de alfazema para remover as energias negativas. É uma limpeza dupla, física, removendo a sujeira mesmo, e espiritual, removendo impurezas e energia parada", explica. O mesmo acontece com as roupas. Ela doa o que não usa mais, estimulando a caridade e o auxílio ao próximo, e abrindo espaço para o novo. 

Quando está na praia ou perto de uma cachoeira na noite do dia 31 para o dia primeiro, Maysa toma um banho na água corrente ou no mar, garantindo assim uma limpeza espiritual. Ela também costuma ofertar rosas brancas a Iemanjá e reforça a importância de oferendas orgânicas, que não deixem resíduos na natureza. "Na Umbanda, temos uma preocupação muito grande com o meio ambiente, então cada vez mais estimulamos essa consciência com relação às oferendas que deixamos para os orixás."

Este ano, a virada foi em Brasília e, para garantir a renovação, Maysa investiu em um banho de ervas e acendeu uma vela para seu anjo da guarda. Ela preparou também um altar com flores e fez diversas orações em agradecimento. Com o banho em dia e a vela acesa desde o dia 31, agora Maysa espera pelo dia 20, em que comemora o orixá Oxossi.

Além dos rituais em busca da abertura de caminhos, agradecimento e proteção, Maysa carrega sempre consigo um amuleto — uma guia de proteção sempre lavada com ervas e que garante que ela esteja acompanhada de energias benéficas.

Este ano, assim como em 2021, Maysa fez uma prece de agradecimento no dia 31. Apesar de ter sofrido com a perda de alguns parentes de amigos, como o pai de sua melhor amiga, ela não perdeu nenhum familiar para a covid-19. "É uma prece muito especial, de agradecimento, e também enviando boas energias para quem precisa e está sofrendo."


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros