Em tempos de tanta música descartável, minha modesta – mas sincera - homenagem ao músico que junta seu instrumento ao peito e saí por aí alegrando almas, corações e mentes do povo brasileiro: o Sanfoneiro:
Num salto profundo
Altura tantas de tantos tons
A sanfona agarra-se ao peito do sanfoneiro
Feito asa, feito pássaro,
Voam juntos
Ele e ela.
E das asas nascem as notas, bemóis,
Brotam sustenidos
Também flutuantes,
Sonoras avoantes
De xotes e baiões
E de tudo o mais que há.
Na leveza do voo
Prende-se, cada vez mais,
À caixa dos peitos,
A sanfona de cores tantas
Quanto os sons que dela saem.
Num pulo sem partituras,
Sem partes, Parto sem dor,
Num pulo de porte
Perto dos deuses que sabem voar,
Flutuam
Qual anjos e passarinhos