Região mais populosa do Distrito Federal, Ceilândia está completando 52 anos, nesta segunda-feira (27/3). Ela representa 11,6% de todos os moradores da capital do país e se engana quem pensa que a força da cidade está somente em seus 350.347 habitantes — dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) mais recente. Vice-presidente financeiro da Associação Comercial de Ceilândia (ACIC), Clemilton Saraiva, não tem dúvidas de que Ceilândia é uma cidade independente economicamente.
O vice-presidente da ACIC coloca alguns gargalos da cidade que acabam atrapalhando a economia local. "São questões de saúde, segurança e educação. Os gargalos para o desenvolvimento econômico da cidade estão, principalmente, nessas áreas", ressalta. "Além disso, temos um problema das águas durante os períodos de chuva. Ainda tem uma baixa captação de águas pluviais e isso influência, não só no comércio, mas na questão urbana como um todo", nota. Mesmo assim, ele acredita que Ceilândia ainda está em um patamar elevado. "Num panorama geral, Ceilândia é uma cidade que gera e entrega para o bolo do Distrito Federal na ordem de R$ 6 bilhões em impostos", enaltece.
Autonomia
Apaixonado pela cidade, Hugo Vinicius, 16, é comerciante em Ceilândia e explica que a população pode encontrar de tudo na região. Para ele, isso mostra a força do comércio. "Se você chegar aqui no centro da Ceilândia pode ficar tranquilo que vai achar o que precisa, por isso que essa cidade é muito boa para se morar e trabalhar", narra. O jovem destacou a gama de oportunidades de empregos que existem no local. "Todo dia aqui vemos uma pessoa diferente, tem clientes que a gente já conhece que frequenta a loja todo dia. O movimento aqui é muito bom", afirma.
Sempre com o lápis e papel na mão, Iramar de Fátima, 60, elogia o baixo preço dos produtos em Ceilândia, mas segue fazendo sua pesquisa para economizar ao máximo. "Cheguei aqui quando tinha nove anos. Estava no comecinho da cidade. Cresci, casei, tive meus filhos, agora netos, tudo aqui em Ceilândia", frisa. A dona de casa diz que sempre encontra tudo que precisa no momento de fazer suas compras mensais. "Sempre vou nos atacadões que tem aqui, tudo bem perto de casa", salienta.
*Estagiário sob a supervisão
de Suzano Almeida