Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Coluna do Calixto - Onde Reminiscências, Viagens e Aventuras se Encontram sábado, 16 de junho de 2018

ANGOLA SIM, SENHORA - PARTE I

 

ANGOLA SIM, SENHORA - PARTE  I

Robson José Calixto

  

            No final de abril de 2018 recebi e-mail da Unidade de Cooperação Técnica da Organização Marítima Internacional - IMO informando que meu CV havia sido selecionado para prestar consultoria sobre a disposição de resíduos e outras matérias no mar, em Workshop Nacional, para sensibilização do país quanto à necessidade de implementação de tratado internacional, ratificado por Angola, que tratava desse assunto, como parte dos esforços para controle da poluição marinha.

 

            Na comunicação a mim encaminhada fui informado que para começar teria que obter dois certificados, um básico e avançado, sobre segurança pessoal e da equipe em missão internacional pelas Nações Unidas. Não esperava que tiver de cursar quase 30 horas de aula online e responder a quase 100 questões para obtenção dos certificados. O bom é que os ensinamentos podem e poderão ser levados pela vida toda.

 

            Obtidas todas as vacinas necessárias (obrigatórias e para a minha proteção - febre amarela, tifo, hepatite A, coqueluche, poliomielite reforço adulto, entre outras), preenchidos todos os documentos e recebidas as autorizações postuladas, preparado cerca de 250 slides de Power Point e com a passagem na mão, parti eu, no dia 28 de maio de 2018, para o Aeroporto de Brasília - DF, em plena greve dos caminhoneiros, quando o aeroporto da Capital do país sofreu apagão de querosene para aviação, com diversas aeronaves no pátio e quase 100 voos cancelados.

 

            Mal cheguei um atendente da LATAM olhou minhas reservas e de forma taxativa disse: "- Esse voo foi cancelado, o Sr tem que descer a escada rolante e procurar o balcão de acomodação da LATAM". Daquele momento até a obtenção de uma solução razoável se passaram quase 05 horas em uma fila, o que me levou a perder conexão para Luanda no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Eu iria chegar em Luanda às 06h35min em Luanda, iria...

 

            Após conseguir ser atendido me disseram: "- o Sr pode ir amanhã para São Paulo em voo no mesmo horário de hoje (11h20min), contudo, não podemos dar garantias que amanhã ele não possa ser cancelado. O Sr não prefere ir para São Paulo ainda hoje, em qualquer horário disponível?"

 

            Pensei, pensei, refleti e achei melhor aceitar, desde que fosse em horário mais tarde naquele dia, para que pudesse voltar até em casa e fazer diversas ligações, visando não dar a aparência de que havia desistido da viagem.

 

            Em casa liguei para empresa Booking.com para avisar que faria um "late check-out" no Hotel Diamante em Luanda, o que não adiantou muito. Liguei para a Transportes Aéreos de Angola - TAAG, no Rio de Janeiro - RJ e, depois, para o escritório da empresa em Guarulhos, evitando um "no show", todavia sem resolver o problema completamente. Email para a IMO para alertar o que estava sobre a minha situação de incerteza de cumprimento da Missão.

 

            O meu voo inicial era para às 11h20min, só que minha partida só se deu às 21h30min do dia 28, chegando a Guarulhos às 23h30min. Fui dormir às 02h:00h da manhã após procura de agente da LATAM que pudesse me auxiliar, já que todas as posições no balcão estavam vazias, quer dizer, exceto uma.

 

            Por volta de meio-dia do dia 29/06/2018 voltei ao Aeroporto de Guarulhos para resolver minha situação junto à TAAG, pois ainda estava pendente.

 

            Já no piso de embarque parei a primeira pessoa que achei pudesse trabalhar no aeroporto e perguntei se ele sabia onde era o escritório da TAAG. Não, ele não sabia onde ficava. Parei a segunda pessoa, e ele me disse: "- perguntou à pessoa certa, pois eu trabalho para eles!" Uau, pensei eu!

  

Foto: RJC.

             Chegando ao escritório da TAAG fui logo mostrando toda documentação que pegara na LATAM para comprovar que a culpa de eu ter perdido o voo na noite anterior não havia sido minha.

  

Fonte: Creative Roots. 

            Tudo esclarecido, e mais algumas horas de espera, o 777-300 da TAAG, que tem como logo a Palanca Negra gigante, partiu em ponto para a cidade de Luanda, em Angola, onde cheguei por volta das 06h30min da manhã do dia 29. O workshop começaria às 09h00 daquela manhã.

 

            Passei fácil pela alfândega devido ao Passaporte Oficial. Todavia a bagagem demorou muito chegar à esteira ("ao tapete", em português de Angola). Foi pegar a mala e encontrar o meu transporte.

 

            No interior do automóvel percebi e matei uns dois mosquitos voando, daí entender a premência de vacina de febre amarela para entrada no país. Do aeroporto 04 de Fevereiro de Luanda ao Hotel Diamante na orla, além do Monumento a Agostinho Neto, Primeiro Presidente de Angola, após a movimento de independência colonial, um ano depois da Revolução dos Cravos ocorrida em Portugal, em 1974, me chamou o número de sinais de trânsito (semáforos) desligados, o que implicava em trânsito desregulado, onde as negociações de trânsito ocorriam em acordos tácitos e costumeiros entre motoristas, tipos de veículos e transeuntes.

 

            Já no Hotel comprovei que já tinha sido cobrado por um pernoite, apesar de nem o ter usufruído. Foi o tempo de fazer a barba, tomar banho, escovar os dentes e vestir o terno, pois já estavam me esperando no saguão para nos dirigirmos à Academia do Instituto Portuário e Marítimo de Angola - IMPA.

 

Continua....

 

Brasília, 12 de junho de 2018

       


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