É gentil e linda e bela,
E eu sei que m’arrouba o vê-la
Tão divina:
A lira seus cantos cesse;
Mas minha alma não s’esquece
D’Angelina!
Outro louve os seus cabelos,
Cante a luz dos olhos belos
Que fascina;
E o leve sorrir donoso
Que irradia o rosto airoso
D’Angelina!
Os dotes diga que apura,
Quando em lânguida postura
Se reclina;
Que s’ergue, se acaso passa,
Sussurro que aplaude a graça
D’Angelina!
Que de amor quando suspira
O bardo quebrara a lira,
De mofina;
Que jamais poderam cantos
Pintar no vivo os encantos
D’Angelina!
Que da sua alma a pureza
Equipara-se à beleza
Peregrina;
Que amor seu trono tem posto
N’alma, no talhe e no rosto
D’Angelina!
Eu que não sei descrevê-la,
Só sei que me arrouba o vê-la
Tão divina;
A lira seus cantos cesse,
Mas minha alma não s’esquece
D’Angelina!