Assim era ele conhecido em toda a região do Cariri cearense: Anduiá. Esse era o seu nome. 1 metro e 80 de pura classe, artilheiro nato, faro de gol aguçado, terror dos goleiros. Camisa 9 do Esporte do Crato, time treinado pelo meu tio Almir. Ao lado de Chico Curto, este com pouco mais de 1 metro e 50 e melhor que Zico, dizem, deixava os zagueiros do Crato Futebol Clube com insônia na noite anterior ao clássico local, contra o Esporte, no campo do Seminário. Digo que a sorte de Pelé foi o apego do craque cearense a sua terra, ao Cabaré de Glorinha e à cachaça local, fatores que o impediram de ir tentar a sorte num Vasco ou Palmeiras da vida. Se assim tivesse feito, certamente Guadalajara teria aplaudido o cabeça chata na Copa de 70. E Pelé teria sentido na bunda a dureza de um banco mexicano. Verdade. Os Deuses do futebol não me deixam mentir. Sumiu, ataque cardíaco, numa ladeira do Bairro do Gesso, no Crato, depois de mais uma noitada com as ‘meninas’ do cabaré de Glorinha. No domingo seguinte fez-se um minuto de silêncio antes do jogo do Esporte Clube do Crato contra a seleção de Juazeiro do Norte. Resultado: 0x0. Anduiá não fez gol.
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