Lembro que, quando enviei ao Berto minha poesia “Amores e Sementes”, para postar no Jornal da Besta Fubana, percebi nela certa musicalidade.
Mas, na ocasião, não identifiquei para onde aquele ritmo levaria. Somente meses depois, senti nela um jeito de samba. Um samba suave, sossegado, que desse certo com a letra romântica. Precisava só de um refrão, pra dar mais liga…
Passaram-se mais umas semanas até que o refrão começasse a tocar, dentro da minha cabeça. Um dia tocou! Tocou e eu gostei.
Levei para mostrar ao Mariano Júnior, do Hertz Studios, em Brasília. Ele também gostou, e bolou de imediato um arranjo.
Ficou assim:
AMORES E SEMENTES
Amores mal resolvidos
Nunca morrem totalmente,
Ficam só adormecidos
Dentro da alma da gente.
E o seu sono até parece
Com o sono da semente,
Que, guardada, permanece
Em seu estado latente,
Mas basta lançar na terra
E regar suavemente
Que a longa noite se encerra
E ela acorda novamente.
REFRÃO
E, hoje, te ver
Foi como semear
Pra o nosso amor renascer
Como a semente a acordar.