Anos atrás, quando índios eram somente índios e só tinham coragem de andar em canoa, os médicos sanitaristas organizavam expedições e se embrenhavam na selva amazônica, para o trabalho assistencial. Tratavam dos índios doentes, distribuíam remédios e faziam parto nas índias.
Os índios viviam nas suas respectivas etnias e não gostavam do homem branco.. Ainda hoje, na grande selva amazônica, existem etnias que não admitem que o homem branco se aproxime delas. Não conhecem o açúcar nem o sabão e só se alimentam de peixe e banana verde.
Os expedicionários chegavam à região dos índios, num pequeno avião. Quando o avião pousava, as tribos se escondiam com medo.
Numa determinada região, observaram que havia um índio, que sempre se aproximava deles e gostava de ficar perto, olhando para aquele “bicho pesado que voava”. .E, falando um pouquinho a linguagem do homem branco, pedia ao piloto para dar um passeio naquele avião. O homem prometeu que,qualquer dia, ele iria realizar seu sonho.
Certo dia, em que seria feito um voo de fiscalização das plantações, o piloto pediu licença ao Médico, chefe da expedição, para levar o índio com eles, e assim cumprir a promessa que lhe tinha feito, diversas vezes. O Médico concordou, mesmo não tendo gostado da ideia.
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O índio, que vivia grudado no avião feito um chiclete, ficou feliz da vida. Sorria feito criança, quando se viu passeando de avião. Finalmente seu sonho estava sendo realizado.
Por pura maldade e para fazer medo ao índio, o piloto, em pleno voo, falou:
-Olhe, doutor, estamos sobrevoando o local onde, no ano passado, caiu um avião igual a esse e não escapou ninguém.
Ouvindo isso, o índio entrou em pânico e perguntou:
– E AVIÃO CAI??? QUERO DESCER!!!
O índio gritava e pedia socorro.
O piloto e o médico sorriam, se divertindo com a reação do índio, que queria sair do avião à força.