Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 27 de junho de 2019

ALISSON É FRUTO DA ESCOLA DE GOLEIROS QUE FORMOU TAFAREL

 

Alisson é fruto da escola de goleiros que formou Taffarel: saiba os 'mandamentos' dela

Ambos foram formados no Inter, com a linha de trabalho do mesmo 'paizão'
 
 
Alisson pode ser decisivo para o avanço da seleção às semifinais da Copa América Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Alisson pode ser decisivo para o avanço da seleção às semifinais da Copa América Foto: JUAN MABROMATA / AFP
 
 

Alisson tinha quase 14 anos quando os pais tomaram uma decisão difícil. Como sua ida aos treinos ao lado do irmão Muriel não estava cabendo nas finanças da família, e o mais velho já se destacava na base do Internacional, José e Magali Becker decidiram tirar o filho caçula do futebol. A história poderia ter sido diferente se o preparador de goleiros colorado não insistisse. Daniel Pavan convenceu a família que o esforço valeria a pena, e treinou Alisson por oito anos, formando o goleiro em uma escola que moldou com sucesso o atual preparador de goleiros da seleção, Taffarel.

 

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Nesta quinta-feira, contra o Paraguai, às 21h30, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, Alisson pode ser decisivo para o avanço da seleção às semifinais da Copa América. Há chance de disputa de pênaltis.

Há princípios que norteiam a formação colorada. Perfeccionista, ela abomina goleiros espalhafatosos e privilegia o posicionamento. Não é defender por defender.

— É muita ênfase no gesto técnico, defesa simples, trabalhando força e coordenação, que são fatores fundamentais para um goleiro hoje em dia — conta Alisson.

Um exemplo de sua técnica foi visto no amistoso contra o Uruguai, ano passado: ele evitou ser encoberto por Cavani quase sem tirar os pés do chão.

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Há um professor em comum na árvore genealógica de goleiros, que, além de Taffarel e Alisson, ainda tem Gilmar Rinaldi e André Döring, todos formados no Inter: Luiz Carlos Schneider. Por mais que Valdir de Moraes, também gaúcho, tenha sido pioneiro na profissão, Schneider é visto como o precursor dessa metodologia de trabalho. Preparador colorado nos anos 1980, não foi um goleiro tão brilhante, mas é tratado como o “paizão” da geração de profissionais que o sucedeu.

 

— Schneider batia muito bem na bola. Não tínhamos muitos recursos de treinamentos. “Lagartão” era bola no chão. “Pombo correio” era bola alta. O conselho dele era simplicidade. Ele me pegou logo no início, ele queria eu mantivesse os pés no chão. Segui o ensinamento durante toda minha carreira. No geral, a escola de goleiros brasileira é boa. A gaúcha é muito técnica, exigente, detalhista. Essa é a linha, não que ela seja mais que as outras, mas ela está em um bom nível — conta Taffarel, que trabalha com Alisson na seleção desde 2015.

Até chegar ao presente, a passagem do conhecimento remete a tempos sem escrita: uma mistura de empirismo, observação e dicas do “paizão” aos sucessores. Os preparadores reconhecem que o material teórico documentado é quase nulo. O cenário tem sido amenizado com o curso da CBF Academy para formar profissionais da área.

Falecido em 1999, Schneider era um consultor no Inter em meados da década de 1990. Ele já tinha sido levado por Taffarel para ser seu preparador particular no Parma e voltara ao time gaúcho para instruir o trabalho dos mais novos. Lá estavam Daniel Pavan e Rogério Maia, que viriam a ter participação no desenvolvimento de Alisson.

O garoto cresceu

Pavan é o atual preparador de goleiros do profissional do Inter e subiu com Alisson desde a base. Ele apostou no goleiro mesmo quando o menino não tinha maturação adequada: não era alto e ficava na reserva. A falta de perspectiva de sucesso foi um ingrediente a mais para que os pais decidissem não mandar o caçula de Novo Hamburgo a Porto Alegre para treinar (trajeto aproximado de 45 km). O estirão veio: o titular da seleção e do Liverpool tem hoje 1,92m de altura.

 

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— Alisson sempre foi um goleiro de técnica nata. Primamos muito pela lapidação dos fundamentos. Até hoje aplicamos muitas coisas que foram implantadas pelo Schneider, com adaptações para o futebol atual, como o jogo com os pés — explica Daniel Pavan.

Rogério Maia, com cinco passagens pelo Inter, foi auxiliar de Taffarel na Copa da Rússia. Ele esteve recentemente com a seleção sub-23 no título do Torneio de Toulon. Embora discípulo de Schneider, Maia explica que as convocações não têm ligação com a origem do goleiro:

— Na seleção, é o momento. O lado gaúcho de ser não tem a ver com a seleção. Até porque há muitos profissionais desenvolvendo um bom trabalho em clubes das Séries A e B. Ao mesmo tempo, não adianta ensinar bem e não escolher bem o goleiro — comentou.

Os 'mandamentos'

Depois de conversar com profissionais envolvidos na preparação de goleiros, o GLOBO montou uma espécie de mandamentos da formação de goleiros. Alguns são comuns a outros estilos de trabalho, mas há muito do DNA inserido por Schneider.

1 - Não defenda por defender. Tenha o gesto técnico perfeito.

2 - Não farás para ti defesas espalhafatosas, com saltos desnecessários. Preze pelo simples.

 

3 - Não espalmarás bolas em vão. Busque a defesa segura.

4 - Lembra-te do teu treinador para o orgulhar. Seja o primeiro a chegar e o último a sair.

5 - Honre o teu time para que se prolongue os dias no gramado que o seu treinador te dá.

6 - Não brincarás com a bola no pé.

7 - Não sairás em falso.

8 - Não adulterarás o posicionamento devido no gol. Busque a melhor colocação.

9 - Não reclamarás de exigência ou perfeccionismo do treinador.

10 - Não cobiçarás lugar de destaque, sendo protagonista por comportamento chamativo.


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