Com os relevantes números que mostram a infertilidade como um problema que atinge uma em cada seis pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitas pessoas têm dúvidas se há algo que podem fazer para melhorar as chances de gravidez, além de consultar um médico especialista e, se for a indicação, fazer tratamentos de reprodução assistida.
Um recente estudo de revisão, publicado na Nutrients no final de maio, mostrou quatro tipos de dietas que podem aumentar as chances de gravidez e de um parto saudável, em mulheres que conceberam naturalmente ou precisaram de tecnologia de reprodução assistida. "A dieta mediterrânea, as diretrizes dietéticas holandesas, a dieta ProFertility e a Fertility foram capazes de beneficiar os resultados reprodutivos", acrescenta o médico.
Na meta-análise, os pesquisadores investigaram se os padrões de dieta poderiam afetar os resultados da fertilidade. Bancos de dados foram pesquisados para estudos que investigam padrões alimentares ou dietas completas de mulheres em idade reprodutiva que precisam de tecnologias de reprodução assistida ou que conceberam espontaneamente.
As melhores dietas
Os autores da metanálise dividiram as tendências alimentares em três grupos de dieta: mediterrânea, saudáveis (diretrizes dietéticas holandesas, ProFertility e a Fertility) e não saudáveis (padrão ocidental). Somente os dois primeiros grupos tiveram resultado relevante para trazer benefícios à concepção de bebês saudáveis.
Diretrizes Dietéticas Holandesas: Nesse tipo de padrão alimentar, é aconselhado o aumento da ingestão de vegetais, frutas, peixes, carnes magras em doses equilibradas, grãos integrais e gorduras saudáveis. "Os estudos mostraram um aumento de 65% nas chances ajustadas de gravidez clínica", aponta o especialista.
Dieta ProFertility: Rica em vegetais e frutas com baixo teor de pesticidas, essa dieta também orienta um maior consumo de soja, peixe e suplementos dietéticos. Os estudos mostraram melhorias significativas em resultados como nascidos vivos, gravidez clínica e com técnicas de reprodução assistida.
Dieta Fertility: Rica em vegetais, gorduras insaturadas, laticínios com alto teor de gordura e suplementos dietéticos, essa dieta mostrou um risco 66% menor de infertilidade ovulatória e 27% menor de infertilidade devido a outras razões.
E as dietas não saudáveis?
Segundo a revisão, estudos de dietas não saudáveis ou ocidentais falharam em mostrar associação significativa com os resultados da gravidez nos grupos de maior a menor adesão. "Apesar disso, um estudo analisado mostrou que uma dieta de alta densidade energética, rica em gorduras saturadas, pobre em frutas, legumes e grãos, foi associada a uma redução de 70% nas taxas de gravidez clínica. Seguir padrões mais saudáveis é o recomendável", enfatiza o médico.
"A dieta ocidental é comumente composta por quantidades excessivas de gorduras saturadas, carboidratos refinados e proteínas animais, além de ser pobre em fibras, vitaminas e minerais, o que faz com que esteja associada a altos níveis de inflamação. E possuímos extensas evidências de que a inflamação do organismo pode afetar a fertilidade feminina e masculina, contribuindo para a diminuição da qualidade seminal, desregulação dos ciclos menstruais, falhas na implantação embrionária e outras sequelas reprodutivas", pontua.