VAI, Ó MEU AMOR, AO CAMPO SANTO
Catulo da Paixão Cearense
Tu, tu não queres crer como eu te quero!
Venero o teu amor, que é minha vida
Tudo nesta dor do mundo espero
Sou poeta e sou cantador, ó alma indinfa!
Sobre o coração que me consome
A rutilar luz diamante do teu nome
Sei que o meu penar será infindo
Irei cumprindo o que Deus determinar
Hás de chorar a minha desventura
Quando eu repousar na gelidez da sepultura
Hás de lamentar os sofrimentos
Tantos tormentos que sofri
Enquanto vivo aqui por ti
Vai, vai ó meu amor ao campo santo
Verás a minha cruz lá num recanto!
Vai, que lá verás cheias de odores
Numa genuflexão algumas flores
Vai e uma por uma sem ter medo
Colhe essas flores, a meiguice de um segredo
São os versos d´alma que eu não disse
E enfim dizer, dizê-los só, quando eu morrer