O início de uma tromba d´água
Muita chuva para pouca roça, e muito menos trabalhadores. Dias diferentes do 29 de março, dois dias para o 31 do mesmo mês do ano de 1964.
Ao contrário do que os teóricos apregoam, o Brasil não é nenhum “gigante” e tampouco está dormindo – o que existe é que, realmente, o Brasil não é um país sério, seja lá quem tenha dito. Mas, disse e acertou. Acertou na mosca.
Poderes constituídos que deveriam se respeitar e saber da necessidade de estarem distantes uns dos outros nas horas das decisões, ao contrário, desfrutam de um compadrio pernicioso e dependente aos mais reles dos valores. O comprometimento é total. É imoral. É nojento.
Ao que parece, como dizia minha santa Avó, “alguém cagou fora do penico” e o novo escândalo que deveria permanecer cegando o povo de qualquer possível revolta, foi amenizado: a carne deixou de ser o único e maior problema do Brasil. Agora, é apenas “mais um” problema.
Mas, não se iludam. Até o próximo dia 31 de março, as águas vão rolar fazendo estragos. Afinal de contas, 53 anos não passam tão rapidamente.
Uma ave no céu
Uma ave no chão
É um regato, é uma fonte
É um pedaço de pão…
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto o desgosto
É um pouco sozinho…
É um estrepe, é um prego
É uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta, é um conto…
Açude Gavião – as águas de março chegam ao Ceará
O tiro parece ter saído realmente pela culatra. Tentaram desviar a atenção de dois fatos que, nos próximos dias, abalarão ainda mais a malfadada República Brasileira – há quem afirme com muitas letras, que alguém que se imagina acima das leis e de todas as coisas, está muito próximo de ver o sol nascendo quadrado; pior ainda, o País vai ser sacudido mais uma vez por outra crise: a vacância na principal cadeira do Executivo.
Pena que alguns fatos desses (extremamente necessários para a recuperação do orgulho nacional) só estejam programados para acontecer em abril. Mas, as águas de março fizeram o seu papel.
Muito antes do dia 19 de março (dedicado à São José – Padroeiro do Estado), as águas já caíam no solo cearense, enchendo e levando ao transbordo alguns dos principais açudes do Estado.
Vem excelente safra por aí – e o São Francisco ainda nem chegou!