Vacinação contra o C-19 – atendimento Drive Thru
Não ainda insistir ou teimar. O Brasil não é um país para ser administrado ou vivido por amadores. Tem que ser mesmo “profissional”.
No próximo 30 de abril, se Deus me permitir, chegarei aos 78. Lúcido, revascularizado (safenado) há quase dez anos, vacinado contra o C-19 no último dia 4 (primeira dose), espero conseguir tomar a segunda dose, essa programada para o próximo deia 25. Coronavac. É a que tem, e não a que eu tenha escolhido.
Me entendo como gente que entende as coisas, desde que tinha 12 anos de idade. Já se passaram 66. Nasci no Ceará, de lá saí para o Rio de Janeiro, conheço um pouco do Paraná e já fui várias vezes a passeio em São Paulo. Estive em Recife, que não conheço; em João Pessoa e Campina Grande, que também não conheço; em Natal, em Belém, em Salvador, em Brasília.
Querem minha sinceridade?
Pois bem. Nunca vi, desde os 12 anos de idade, um país tão esculhambado, avacalhado, escrotizado com esse nosso Brasil. Ô país filho-da-puta, que tem um magote de filho-da-puta, gente!
Aqui tudo que é contrário ou do contra, é valorizado e funciona bem. No Brasil, é bonito dar o rabo e quem acha isso feio é rotulado de homofóbico e está praticando crime. O certo é queimar a rosca. Então queimem seus porras. Dêem até virar carvão!
A pessoa pode escolher abortar (está cometendo um crime contra uma criança); pode escolher ser lésbica ou gay, que estará exercendo o seu direito de vida. Mas, escolher ser “bolsonarista”, não pode. Quem faz essa escolha é fascista, é miliciano e outras merdinhas mais.
Roubar é “top” (desde que roube quantia que dê para dividir com quem deveria puni-lo). Ser honesto e correto, é apenas um apreciador da frase célere de Rui Barbosa.
É o país da esculhambação, ou não é?
Estão tentando implantar o auxílio do VAR na arbitragem do futebol. Observem como se com porta o Árbitro de futebol na Europa, e o tempo que ele leva para tirar uma dúvida e decidir o que fazer – e, depois, compare com o tempo que leva um mesmo Árbitro apitando um jogo de futebol no Brasil, quando precisa recorrer ao mesmo VAR. É uma viadagem sem tamanho. Estica o bracinho para um lado, estica o bracinho para o outro lado e acaba decidindo o que o VAR “determina”, e não o que realmente aconteceu.
É o país da esculhambação, ou não é?
No Brasil estão cobrando mais pressa na vacinação contra o C-19. Tem quem cobre que, alguns países até já terminaram de vacinar, mas esquecem que o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, que é um país continental de trocentos locais de difícil acesso e o escambau. Mas, cobram pressa na vacinação. E dizem até que não há vacina para atender a todos.
Atendem idosos dentro dos carros de passeio. Atendimento “Drive Thru”. Mas, quem não tem carro, é atendido em moto, bicicleta, velocípede, canoa, cavalo, e bem que poderia ser atendido em avestruz ou camelo.
É o país da esculhambação, ou não é?
Grande Otelo – o eterno “Macunaíma”
No Brasil, tudo que é sacanagem frutifica. E não é de hoje que isso acontece. Lembrem o “Febeapa” do Sérgio Porto. Lembrem os célebres romances escritos por Jorge Amado, “Dona Flor e seus dois maridos” – tudo é uma sacanagem só. E é uma das obras mais lidas desse autor. Policarpo Quaresma, você já ouviu falar? Pois é. É por aí que vai a coisa neste país.
É o país da esculhambação, ou não?
Mário de Andrade, no século passado escreveu “Macunaíma” e resolveram rotular de “o herói sem caráter”. Não!……. é o puro herói brasileiro, sem precisar acrescentar nada!
Raul Seixas – ícone da mistura da verdade com a esculhambação
E na música?!
Claro que temos muita cosia boa na música – na música antiga, diga-se. Por que a atual, se misturarem com bosta não fará diferença. Só vai aumentar o “monte” e o tolete. E aumentar a catinga.
De repente, assim não mais que de repente, a mídia (que tem parte que dá para juntar com a música e a bosta e também só vai aumentar o volume) descobre “gênios” e os leva aos píncaros da glória. Endeusam. Leva-os aos Olimpo.
Alguns – por falta de inteligência, mesmo! – confundem letras inteligentes, de qualidade que alguns compositores do passado reuniam. Exemplo? Entre todas as letras escritas por Djavan, quem encontrar uma única que não preste, vai ganhar uma noite de paz e felicidade ao lado do Maurino Júnior, o meu amigo mais querido que eu não tive o prazer de conhecer pessoalmente – mas, qualquer dia Luiz Berto vai nos reunir para saborearmos uma fava rajada com colchão de bode francês. E tendo o prazer de escutar os solos geniais de Goiano ao violão.
Além de Djavan, para mim, um “gênio”, tivemos Belchior, Evaldo Gouveia, Jair Amorim, Dolores Duran, Taiguara, Vinícius de Moraes, Ivan Lins, Tom Jobim, e isso sem esquecer Humberto Teixeira e João do Vale que, por décadas disseram o que de melhor aconteceu em musicalidade e poesia vindo do sofrido Nordeste.
Como esquecer Falcão e Raul Santos Seixas, baiano que veio ao mundo em 1945 e nos deixou aos 44 anos?
Esse, o verdadeiro “Maluco Beleza” que nos presenteou com “Gita”, “Ouro de tolo” e “Mosca na sopa”, coroando e confirmando que, “tudo que é esculhambação” prolifera entre nós.
É o país da esculhambação, ou não é?