Existem dois tipos de adjetivos. Um: o denotativo, que particulariza o objeto. Não emite opinião, informa. É bem-vindo (mesa redonda, parede branca, homem negro, cabelo loiro). O outro: o subjetivo ou afetivo. Limita-se a registrar o julgamento de quem escreve (cor repousante, mulher bonita, pessoa desagradável). Usá-lo pressupõe que o leitor esteja pedindo a opinião do repórter. É pretensioso.
Nesse time figuram os adjetivos-ônibus — termos vazios e inexpressivos porque se aplicam a qualquer substantivo: maravilhoso, formidável, fantástico, lindo, bonito. Fuja deles.
Certos adjetivos associados a determinados substantivos formam chavões pela insistência do uso. É fácil romper o casamento:
ascensão meteórica (em que consiste?), lucros fabulosos (valor aproximado?),inflação galopante (índice?), monstruoso congestionamento (quantos carros?),prejuízos incalculáveis
(valor aproximado?), vitória esmagadora (número de votos? Percentagem?)