ADELAIDE CHIOZZO
Raimundo Floriano
Adelaide Chiozzo
Adelaide Chiozzo, acordeonista, cantora, compositora e atriz, nasceu em São Paulo (SP), no dia 8.5.1931, filha de Afonso Chiozzo e Silvinha Chiozzo.
Aos oito anos de idade, começou a aprender acordeon, e, aos 15, por sugestão da compositora Irani de Oliveira, participou do Programa Papel Carbono, de Remato Murce, na Rádio Clube do Brasil – depois, Mundial –, imitando o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo.
Adelaide Chiozzo em duas fases de sua carreira
Estreou no cinema em 1946, atuando em dupla com o pai, Afonso Chiozzo, na comédia Segura Esta Mulher, de Watson Macedo, no qual apareciam acompanhando o cantor Bob Nelson na marchinha country Boi Barnabé, de Bob e Afonso Simão. Ainda em dupla com o pai, trabalhou nas comédias cinematográficas carnavalescas Este Mundo É Um Pandeiro, de Watson Macedo, em 1947, e É com Este Que Eu Vou, de José Carlos Burle, em 1948.
Contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e artista exclusiva do selo Copacabana, teve seu apogeu no rádio, disco e cinema na Década de 1950, fazendo sucesso como intérprete de músicas juninas e canções brejeiras.
Estreou no disco em 1950, na etiqueta Star – depois, Copacabana –, com a rancheira Tempo de Criança, de João Sousa e Eli Turquine, e a polca Pedalando, de Anselmo Duarte e Bené Nunes.
No rádio e em disco, chegou a fazer dupla com a atriz Eliana Macedo, ao lado de quem apareceu, cantando e atando, em diversos filmes, em sua carreira cinematográfica de 23 títulos.
Adelaide Chiozzo e Eliana Macedo
Entre seus maiores sucessos, estão Beijinho Doce, valsa de Nhô Pai, Cabeça Inchada, baião de Hervê Cordovil, Sabiá na Gaiola, baião de Hervê Cordovil Mário Vieira, Orgulhoso, rasqueado de Nhô Pai e Mário Zan, e Lá Vem Seu Tenório, marchinha de Manoel Pinto e Aldari de Almeida Airão, Cabecinha no Ombro, rasqueado de Paulo Borges, Meu Sabiá, toada de Carlos Matos e A. Amaral, e Queria Ser Patroa, marchinha de Manoel Pinto e Aldari de Almeida Airão.
De 1948 a 1957, atuou em chanchadas como Carnaval no Fogo, Aviso aos Navegantes, É Fogo na Roupa, O Petróleo É Nosso, Barnabé, Tu És Meu e Sai e Baixo.
Também em 1957, participou de dois LPs da gravadora Copacabana: Carnaval de 57 - Nº 1, com a marchinha A Sempre Viva, de Paulo Gracindo e Mirabeau, e do LP Festas Juninas, com o baião Papel Fino, de Mirabeau, Cid Ney e Don Madrid. Em 1958, gravou, com Silvinha Chiozzo, sua mãe, o rasqueado Cabecinha no Ombro, de Paulo Borges, que se tornou um grande sucesso e um clássico da Música Popular Brasileira.
Ainda em 1958, lançou o LP Lar... Doce Melodia pela gravadora Copacabana no qual cantou três faixas: Vá Embora, de Geraldo Cunha e Carlos Matos; Pagode em Xerém, de Alcebíades Barcelos, o Bide, e Sebastião Gomes; e Meu Veleiro, de Lina Pesce. As demais nove músicas ela interpretou ao acordeom: Viagem a Cuba, de I. Fields e H. Ithier; Night and Day, de Cole Porter; É Samba, de Vicente Paiva, Luis Iglesias e Walter Pinto; Inspiração, de Paulus e Rubinstein; Deixa Comigo, de Índio; Icaraí, de Silvio Viana; Padan-padan, de Glanzberg e Contel; Dance Avec Moi, de Hornez e Lopez; e Granada, de Agustin Lara.
Em 1966, sua gravação da toada Meu Veleiro foi incluída no LP Lina Pesce - Seus Grandes Sucessos, lançado pela Copacabana. Em 1972, Adelaide participou do LP Alma do Sertão, produzido a partir do programa de Renato Murce na Rádio Nacional que levava o mesmo nome. Nesse disco, interpretou, com Eliana, a toada Pingo D'água, de Raul Torres e João Pacífico, e o rasqueado Campo Grande, de Raul Torres.
Em 1975, apresentou-se ao lado do marido e violonista Carlos Mattos no show Cada Um Tem o Acordeom Que Merece, no Rio de Janeiro e em Niterói.
Em 1976, a gravadora Philips lançou dois LPs, um relembrando a Era de Ouro dos filmes musicais brasileiros e outro sobre os 40 Anos da Rádio Nacional. No primeiro, intitulado Assim Era a Atlântida, foram remasterizados vários fonogramas apresentados durantes os filmes, incluindo três de suas interpretações: Pedalando, do filme Carnaval no Fogo, que ela cantou sozinha, e Recruta Biruta, de Antônio Almeida, Antônio Nássara e Alberto Ribeiro, e Beijinho Doce, ambas do filme Aviso aos Navegantes, interpretadas juntamente com Eliana.
No segundo LP, gravado a partir de acetatos obtidos durante programas da Rádio Nacional, foi incluída sua interpretação para o baião Nós Três, de Garoto, Chiquinho do Acordeom, Fafá Lemos e Badaró, cantado juntamente com Carlos Matos.
Em 1978, atuou na novela Feijão Maravilha, na TV Globo, em 1992, na novela Deus Nos Acuda, na mesma emissora.
A partir de então, realizou shows pelo Brasil, acompanhada pelo marido e, eventualmente, pelos três netos. Em 1996, participou do Projeto Seis e Meia, no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, juntamente com o cantor Francisco Carlos, no show Ídolos da Atlântida. Em 2001, teve lançado pelo selo Revivendo o CD Tempinho Bom, com 21 de seus maiores sucessos.
Em 2012, Adelaide passou a integrar o Grupo As Cantoras do Rádio, em sua nova formação, que estreou no show A Volta das Cantoras do Rádio, récita única, no Auditório Raimundo Magalhães Jr., com criação, roteiro e apresentação de Ricardo Cravo Albin. Em 2014, participou, juntamente com as cantoras Lana Bittencourt e Ellen de Lima, do espetáculo A Noite - Nas Ondas da Rádio Nacional, apresentado no Teatro Rival BR.
Os LPs de Adelaide Chiozzo, 34 faixas remasterizadas de bolachões 78 RMP e coletâneas em CDs são facilmente encontráveis nos sites de busca especializados.
Aqui vai uma pequena amostra de seu trabalho, por ordem alfabética:
Beijinho Doce, valsa de Paulo Gracindo e Mirabeau Pinheiro, com participação de Eliana Macedo, gravada em 1951:
Cabecinha no Ombro, rasqueado de Paulo Borges, com participação de sua mãe, Silvinha Chiozzo, gravado em 1958:
Meu Sabiá, toada de Carlos Matos e A. Amaral, gravada em 1954:
Pedalando, polca de Anselmo Duarte e Bené Nunes, com participação de Alencar Terra no acordeom, gravada em 1949:
Sabiá na Gaiola, baião de Hervê Cordovil, com a participação de Eliana Macedo, gravado em 1951:
Oi, Raimundo! Tudo bem? Bom artigo sobre a Adelaide Chiozzo. A Sylvinha e o Afonso eram irmão de Adelaide. Os pais chamavam-se Geraldo e Leonor. Sou biógrafa dela e autora do livro Adelaide Chiozzo, o acordeom e o Beijinho doce, cuja capa ilustra seu artigo. Um abraço.
Amiga Patricia, Obrigado por seu comentário. Permaneça lendo nosso Almanaque, ainda no começo, engatinhando. Feliz Ano Novo!