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Os 100 mil m² contam com oito quadras de tênis, quatro de vôlei, três de futsal, três ginásios poliesportivos, arena futebol e tênis de mesa, cinco piscinas e quatro campos de futebol, entre outros atrativos
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Ao visitar um clube no meio da semana, é comum ver as quadras esportivas, as piscinas e os campos de futebol vazios. Mas, às terças-feiras, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), o cenário é diferente. Um grupo de crianças, entre 6 e 8 anos, se reúne para aproveitar as instalações e encher o local de vida. Os pequenos são estudantes do ensino fundamental e moradores da Vila Telebrasília. Vários deles sequer entraram em uma piscina antes. “Muitas vezes eu escuto: ‘Tio, esse foi o melhor dia, o mais feliz da minha vida!’ Ver isso me dá muito orgulho”, conta o presidente da AABB, Nelson Vieira. Essa é uma das iniciativas que faz a associação se considerar um clube diferente.
A história do espaço começa em 1928, com a primeira sede inaugurada, no Rio de Janeiro. Em 1960, surge a unidade na capital federal. A princípio, a ideia era criar um lugar de lazer para os funcionários do Banco do Brasil, mas, em 1991, o clube passou a receber toda a comunidade. Hoje, são 4,6 mil associados. Para chegar à atual estrutura, o espaço passou por grandes reformas. “Não tinha sede social, apenas algumas piscinas e quadra de tênis”, relembra o diretor. Espaço bem diferente dos 100 mil m², com oito quadras de tênis, quatro de vôlei, três de futsal, três ginásios poliesportivos, arena futebol e tênis de mesa, cinco piscinas, quatro campos de futebol, entre outros atrativos oferecidos aos associados atualmente.
O projeto social AABB Comunidade, que leva as crianças para conhecer o clube, é um dos orgulhos da associação. “Nós trazemos estudantes carentes para dentro do clube e damos lazer, esporte, música e reforço escolar. Eles visitam todos os espaços, mas sempre preferem ficar nadando”, diz o diretor. O programa é contínuo e as coordenadoras selecionam os participantes. De terça a sexta-feira, 150 crianças levam alegria ao local. O grupo se divide em dois: 75 delas vão pela manhã, almoçam e, em seguida, vão para a escola. O restante vai no período da tarde.
Tempo de relaxar
Na hora de decidir o programa da família dos momentos de descanso, nem passa pela cabeça de Valéria Thomaz, 54 anos, fazer algo diferente de aproveitar o sol e a companhia do marido e dos filhos para se divertir e relaxar ao ar livre, como fazia quando era pequena. “O que me faz bem é frequentar o clube e passar um bom tempo junto a minha família e meus amigos, brincando, jogando… Me preocupa ver que poucas pessoas das novas gerações têm esse hábito”, diz a servidora pública.
Associada à AABB desde 1983, Valéria enxerga o espaço como sua segunda casa, um lugar onde encontra a felicidade de se sentir viva. “Sou uma pessoa muito ativa, então, sempre fui de participar de todas as festividades e campeonatos esportivos. Até passei eu mesma a organizar muita coisa”, conta. Atleta de vôlei, ela faz questão de enfatizar a capacidade de um clube de unir as pessoas, tanto que já perdeu a conta de quantos amigos fez lá dentro e quantos vínculos viu se estreitarem ali.
“Certa vez, comecei a pensar em tantas mães que querem se sentir mais próximas dos filhos, mas eles só querem saber de videogame, tablet e essas tecnologias. Aí tive a ideia de fazer um torneio esportivo de mães e filhos. Fui atrás de patrocínios, mandei fazer troféus em forma de coração e foi um sucesso!”, celebra. Valéria conta que é nessas ocasiões que percebe como o ambiente certo pode fazer toda a diferença na vida de quem o frequenta. “A gente acabou virando uma só família ali dentro da AABB.”
Espírito de equipe
Não é à toa que o clube da Asa Sul tenha como marca o esporte. Além das quadras em ótimo estado e a força dos times formados nelas, é possível encontrar até nomes famosos entre os frequentadores. É o caso de Milton Setrini, 67, mais conhecido como Carioquinha. Referência para quem acompanhou o basquete brasileiro das décadas de 1970 e 1980, o armador vestiu a camisa da Seleção Brasileira ao lado de Oscar Schmidt e tem em casa medalhas como a de ouro nos Jogos Pan-Americanos da Colômbia, em 1971. Hoje, ele treina qualquer pessoa que esteja disposta a brincar com a bola laranja na AABB.
“Frequento o clube quase todo dia e me sinto muito bem aqui. Como já rodei o país, fui a muitas associações do Banco do Brasil, mas essa aqui de Brasília foi onde me encontrei. Aqui, sinto um espírito esportivo muito bacana”, conta. Elogiando a organização do lugar, ele diz ainda que, quando se fala em esporte, o assunto não é só troféu e conquista. “Claro que não é todo mundo que vai virar atleta profissional. O objetivo é dar qualidade de vida para quem vem. É deixar os meninos se sentirem bem.”
Essa meta é diariamente alcançada. Carioquinha fez no DF amigos de todas as idades, desde as crianças que não eram nascidas à época do seu maior sucesso até fãs que viram os jogos dele pela tevê e hoje combinam encontros no clube. “É muito legal esse companheirismo. Tem vezes que eu mando mensagem perguntando quem vai para a AABB e a galera responde que já está lá. É como se fosse todo mundo de uma mesma equipe”, define.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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O ex-jogador de basquete Milton Setrini, o Carioquinha, e a sócia Valéria Thomaz consideram o clube uma família
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Associação Atlética Banco do Brasil (AABB)
- Área: 100 mil m²
- Associados: 4,5
- Idade: 59 anos
Como se associar
- Há duas formas de se associar: associado efetivo e comunitário, ambos plano família. O associado efetivo custa R$ 163 e comunitário, R$ 243 mensais. A compra pode ser efetuada na sede da AABB, localizada na Asa Sul.