Eu a vi - gentil mimosa, Os lábios da cor da rosa, A voz um hino de amor! Eu a vi, lânguida, e bela: E ele a rever-se nela: Ele colibri - ela flor.
Tinha a face reclinada Sobre a débil mão nevada: Era a flor à beira-rio. A voz meiga, a voz fluente, Era um arrulo cadente, Era um vago murmúrio.
No langor dos olhos dela Havia expressão tão bela, Tão maga, tão sedutora, Que eu mesmo julguei-a anjo, Eloá, fada, ou arcanjo, Ou nuvem núncia d'aurora.
Eu vi - o seio lhe arfava: E ela... ela cismava, Cismava no que lhe ouvia; Não sei que frase era aquela: Só ele falava a ela, Só ela a frase entendia.
Eu tive tantos ciúmes!... Teria dos próprios numes, Se lhe falassem de amor. Porque, querê-la - só eu. Mas ela! - a outra ela deu meigo riso encantador... Ela esqueceu-se de mim Por ele... por ele, enfim.
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