À SOMBRA DO SALGUEIRO (POEMA DO PIAUIENSE DA COSTA E SILVA)
À SOMBRA DO SALGUEIRO
Da Costa e Silva
Porque fosses o sonho de ventura Que eu tanto ambicionara e conseguira, Nunca julgara, nem jamais previra O transe cruel que agora me tortura.
Só a extensão de um grande mal sem cura Poderia mostrar que me iludira; Que a ventura na vida é uma mentira Sempre falaz àquele que a procura.
Louco de dor, o espírito delira E a Castália das lágrimas apura A emoção de infortúnio que me inspira...
Mas foi tamanha a minha desventura, Que pendurei, muda e quebrada, a lira No salgueiro da tua sepultura.
|