Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sábado, 28 de março de 2020

A QUININA

 

A QUININA

Reza uma lenda espanhola, que, certa vez, um soldado acometido de Malária, no meio da selva, tremendo de febre, calafrios e morrendo de sede, bebeu da água amarronzada de uma pequena lagoa, onde o tronco de uma árvore havia caído. Depois de matar a sede com essa água marrom, o soldado adormeceu. Só acordou no dia seguinte, sem qualquer indisposição. A febre altíssima e calafrios haviam passado completamente.

A árvore era QUININA.

Os colegas, que já o consideravam quase moribundo, surpreenderam-se quando o viram curado, como por milagre.

O soldado, então, lhes falou da febre, calafrios e sede desesperadora, que sentira no dia anterior, e da água marrom, que bebera, avidamente, até se fartar.

A cura do soldado se espalhou e a Quinina passou a ser usada no tratamento da Malária (ou Impaludismo).

Em 1633, um jesuíta, chamado Padre Calancha, descreveu as propriedades de cura da árvore na Crônica de Santo Agostinho:

“Uma árvore cresce, que eles chamam de árvore da febre, na região de Loxa, cuja casca tem cor de canela. Quando transformada em pó, juntando-se uma quantidade equivalente ao peso de duas moedas de prata, e oferecida ao paciente como bebida, ela cura febre. E tem curado, milagrosamente, em Lima.”

Jesuítas, no Peru, começaram a utilizar a casca da árvore para prevenir e tratar Malária.

Em 1645, o padre Bartolomeu Tafur levou algumas cascas para Roma, onde seu uso espalhou-se entre os clérigos.

Em 1654, a casca peruana foi introduzida na Inglaterra.

A descoberta da Quinina pelo Ocidente data do final do século XVI e início do século XVII, durante a conquista do Império Inca pelos espanhóis, na região do Peru. Nessa época, os invasores espanhóis tomaram conhecimento de uma árvore usada pelos índios para curar febre.

A QUININA é uma árvore medicinal, cujo tronco possui uma casca de poderoso gosto amargo, sendo considerada um dos mais importantes vegetais, usados no combate à Malária, ou Impaludismo.

A importância extraordinária dessa árvore reside na sua casca, considerada como um dos mais valiosos medicamentos, para a cura de febres intermitentes, nevrálgicas, e outras doenças.

Foi o médico genovês, Sebastião Bodos (1663), quem primeiro descreveu a casca da Quinina e mencionou suas propriedades febrífugas. Mas a droga deve o seu maior sucesso à cura da condessa Del Cinchon, esposa do vice-rei espanhol no Peru, acometida de forte febre terçã (própria da Malária). Ao ingerir uma poção feita pelos índios chamada “quina-quina”, a febre cedeu e a continuidade do tratamento a deixou curada.

A partir desse relato, padres jesuítas da missão espanhola levaram o pó para a Europa, para vendê-lo como medicamento para a cura da Malária, que depois ficou conhecido como “pó dos jesuítas”.

Em 1679, o Rei Charles II da Inglaterra foi vitimado por uma forte febre, porém sendo protestante, preferia morrer a tomar um medicamento católico, por melhor que ele fosse.

Surgiu um amigo seu, Robert Talbor, com um medicamento “protestante” que o rei não hesitou em tomar. Ficou curado e, como agradecimento, sagrou Talbor, cavaleiro e médico real.

Alguns anos depois, foi revelado que o remédio “protestante” de Talbor era, na verdade, o “pó dos jesuítas”, apenas em uma formulação diferente.

O mal que acometeu a condessa e o rei, foi, de fato, a Malária. Este nome tem origem na expressão italiana “mala aria” (ar ruim), pois se acreditava que a doença era transmitida pelo ar, contaminado por pântanos e esgotos.

A Malária é causada pelo protozoário Plasmodium falciparum, descrito em 1880, pelo médico francês Charles Louis Alphonse Laveran, sendo transmitida pela picada das fêmeas do mosquito do gênero Anopheles.

Quinina (fórmula química: C20H24N2O2) é um alcalóide de gosto amargo, que tem funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. O sulfato de quinina é o quinino.

A Quinina entra na composição de numerosos preparados, como: Água Tônica de Quinino, Vinho de Quina, Quinado, Tintura, Xarope e pílulas.

Para uso externo, a quinina serve como dentifrício e adstringente.


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