Quem acha que a televisão israelense só produz ótimas séries de espionagem e guerra tem que experimentar “A princesa e o padeiro”. Lançada em 2013, a comédia romântica explodiu no Oriente Médio, até que a Amazon Prime comprou e exibiu pelo mundo. O sucesso se repetiu e houve uma adaptação holandesa (“Bagels & bubbels”, de 2015). Finalmente, a americana ABC fez a sua versão. “The baker and the beauty” teve uma única temporada em 2019/2020. Agora, os dez primeiros episódios da trama original estão no catálogo da Amazon daqui. É boa (e bobinha) diversão.
A ação se desenrola em Tel Aviv, mas parece uma daquelas histórias com atores jovens nos bairros mais prósperos de uma cidade na Califórnia. O elenco é lindo e frequenta as melhores festas. Seguimos o encontro acidental da mocinha, Noa Hollander (Rotem Sela), com o mocinho, Amos Dahari (Aviv Alush). Ela é modelo internacional e herdeira da maior fortuna de Israel. Ele, filho de um padeiro, de família iemenita e caipira. Eles se cruzam num restaurante elegante, onde ele está levado pela noiva. Uma eletricidade imediata surge entre os dois. É o que faz a história disparar.
O enredo recria pela milésima vez a aventura da Cinderela. No mundo de Noa tudo é festa. Ela viaja o tempo inteiro para Paris e Londres, mora numa casa linda e vive cercada de asseclas que fazem tudo para agradá-la. Já Amos se veste mal e nunca visitou um país estrangeiro. Mas eles se entendem muito bem. Os abismos culturais entre os dois geram situações de humor. Levinha, “A princesa e o padeiro” vale a viagem.