A MORTE
Paulo Azevedo
A morte, para alguns medo e mistério; para outros a eternidade. Certeza mesmo, é que todos morrerão. Uns irão cedo demais, outros, tarde demais e outros ainda morrerão em vida. Para esses, a morte física seria melhor.
Morrer fisicamente todo mundo irá, importante não é saber como, qual a doença ou de velhice, mas sim como investiu o seu tempo, o que terá feito de útil, qual sua grande obra? Não precisa ter esculpido o David de Michelangelo; pintado a Mona Lisa de Da Vinci; desenvolvido a Teoria da Relatividade de Einstein, composto a Quinta Sinfonia de Beethoven, dançado como Michael Jackson ou driblado como Garrincha; aos gênios a genialidade; nossa grande obra talvez seja um grande casamento, ter educado bons filhos, ter feito grandes amigos e ter aprendido a dormir e acordar bem todos os dias, nos tornamos imortais aos pequenos grandes detalhes. Nossos filhos e netos lembrarão da gente, os amigos na mesa do bar contarão aquele caso: “lembra fulano, que figura, que falta ele faz”.
Morrer em vida? Não se permita. “A morte só interessa aos mortos. Vivos, temos que nos preocupar com a vida” (Do livro No fio da vida).
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