Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correspondência Recebida terça, 16 de julho de 2019

A LUA - CINQUENTENÁRIO DA CONQUISTA

 

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

A LUA

Hoje, 16 de julho, o mundo comemora um marco na história da humanidade. Cinquenta anos atrás, no mesmo 16 de julho, teve início a missão Apollo 11, que levou as primeiras pessoas a pisarem um corpo celeste fora da Terra. O nome de Neil Armstrong e suas palavras “Um pequeno passo para um homem, um passo gigante para a humanidade” são até hoje lembradas.

É difícil não se impressionar com a grandiosidade do projeto, especialmente se considerarmos a tecnologia de meio século atrás. Apenas como exemplo, a capacidade de cálculo de todos os computadores usados pela NASA, juntos, é inferior à de um tablet ou smartphone comum de hoje. Na verdade, a grande maioria dos cálculos foi efetuada à mão ou com réguas de cálculo, como era usual na época. Os recursos eletrônicos usados também são extremamente primitivos pelos padrões atuais. E, ainda assim, funcionaram a contento.

Alguns mais pessimistas se atrevem a dizer que um projeto como esse não seria possível nos dias de hoje. Eu concordo. O projeto Apollo pôde existir em uma época em que receber missões e cumprir objetivos era algo normal para um adulto. Uma época onde escolas e universidades ensinavam a pensar e a achar soluções, não a consultar o Google ou usar Control-C no que os outros fizeram. Uma época em que o risco e a responsabilidade faziam parte da vida. Uma época em que pessoas tinham deveres, não apenas direitos.

Se uma viagem à Lua fosse tentada hoje, os engenheiros que construíram o Saturno V e os módulos Columbia e Eagle ficariam em segundo plano, atrás dos advogados que preparariam os papéis que empurrariam as responsabilidades de um lado para outro, até o ponto em que ninguém seria responsável por nada. Os astrônomos que calcularam o vôo com precisão milimétrica seriam substituídos por marqueteiros que estudariam como tornar o evento o mais sensacional e apelativo possível, mesmo que “um pouquinho” da verdade fosse sacrificado. E infinitos grupos se preocupariam unicamente em pressionar para que a missão atendesse a seus interesses particulares, de políticos a feministas, passando por todas as minorias imagináveis.

De tão surpreendente, o projeto Apollo parece impossível. Alguns, presos à sua mediocridade, decidem que se eles não são capazes de realizar algo assim, então ninguém é, e passam a acreditar em teorias malucas que falam em uma fantástica conspiração que enganou todo o planeta (exceto eles, os “inteligentes”). No Brasil, as teorias conspiratórias são fortalecidas pela modinha de ser Anti-EUA – afinal, ninguém chuta cachorro morto. Por curiosidade pessoal, já li muito sobre estas teorias e nunca encontrei nada que, na minha modesta opinião, seja minimamente inteligente.

Quem sabe este cinquentenário seja um bom momento para nossa sociedade parar e refletir: lembrar que já fomos capazes de feitos notáveis; que já houve um tempo em que nossas vidas não estavam presas entre o BBB da Globo e as mutretas dos nossos deputados; que para chegar à Lua, homens arriscaram suas vidas, enquanto hoje estamos preocupados em conseguir privilégios na reforma da previdência. Talvez seja uma boa chance de vermos o que podemos, como sociedade, conseguir quando nos propomos a realizar algo, não quando preferimos ser adultos infantilizados exigindo que os outros tomem conta de nós.


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