Sou muito sensível a elogios. Adoro quando me chamam de imbecil. Tanto quanto Manoel de Barros. A diferença é que não tenho o talento dele. Mas quando comentam as insignificâncias que escrevo, seja em texto ou canção, fico feliz. Mais ainda e principalmente quando delas discordam. É indicativo de que alguém leu ou escutou e fez despertar o interesse de pelo menos uma pessoa, ainda que pensando diferente de mim. É o poder da palavra ou da música, guardada nos cofres da Poesia. É o nada e o tudo juntos com a magia do encantamento e o poder da sedução. Que seria de nós sem os Buarques de Holanda, Joões Cabrais, os Quintanas, os Vinícius e os Manoéis, os Barros e os Bandeiras? Sem falar nos Pessoas do além-mar. Eles nos bastam para suportar os verdadeiramente imbecis que se julgam superiores, sem o serem, claro. Por isso, me alegram, sobremodo, quando os comentários discordantes são daquelas pessoas reconhecidamente insignificantes e que nos dá prazer tê-las como discrepantes. Opiniões destes, tomo-as como elogio. E gosto de elogios.
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