Porque hei sofrido tantos golpes rudes, Às vezes penso que outra vida existe, Para ficar mais céptico e mais triste Com o meu destino de vicissitudes.
Nem sofrendo, às celestes amplitudes Hei de ascender à altura que atingiste, Por não poder, na prova que me assiste, Aos meus erros opor tuas virtudes.
Assim temo, a evocar-te a imagem linda, Que após a morte, venha a eternidade Esta separação tornar infinda...
E, então, o sentimento que me invade, Sem a esperança de te ver ainda, É dor eterna, não é mais saudade.
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