O poeta cearense Geraldo Amâncio, um dos maiores nomes da cantoria de improviso da atualidade
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O mundo se encontra bastante avançado
A ciência alcança progresso sem soma
Na grande pesquisa que fez do genoma
Todo o corpo humano já foi mapeado
No mapeamento foi tudo contado
Oitenta mil genes se podem contar
A ciência faz chover e molhar
Faz clone de ovelha, faz cópia completa
Duvido a ciência fazer um poeta
Cantando galope na beira do mar.
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Olho a tela do tempo e me torturo
Vejo o filme do meu inconsciente,
Meu passado maior que o meu presente
Meu presente menor que o meu futuro;
Se a velhice é doença eu não me curo,
Que os três males que atacam um ancião:
São carência, desprezo e solidão,
E é difícil escapar dessa trindade;
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando a prestação.
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Registrando o passado e o presente,
Para tudo o cordel tem sempre espaço:
Pra amor, pra política, pra cangaço,
Romaria, promessa e penitente,
Retirante, romeiro, presidente,
Seca, fome, fartura, inundação.
Qualquer um que quiser informação,
Nele encontra o melhor documentário,
O cordel completou um centenário
Viajando nas asas do pavão.
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Entre os Dez Mandamentos dos sermões,
Respeitar pai e mãe é o primeiro,
O defeito de um filho é ser grosseiro;
A virtude dos pais é serem bons.
Todo filho tem três obrigações:
Escutar, respeitar e obedecer;
Respeitar pai e mãe é um dever;
Esquecer mãe e pai é grosseria,
Se não fossem meus pais, eu não teria
O direito sagrado de viver.
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Com pintura e poesia
Nossa festa está completa;
Não tem quase diferença
Do pintor para o poeta:
Eu trago a imagem abstrata,
E ele a imagem concreta.
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Itapetim és a pista
De Louro, Otacílio e Dimas
Aonde o carro das rimas
Obedece ao motorista
Que cada página é revista
Escrita em diversas cores
És do Pajeú das Flores
A mais poética cidade
Itapetim, faculdade
Que diploma cantadores.
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Monteiro berço divino
De povo alegre e feliz,
De Pinto, de Jansen Filho,
De Heleno e de Diniz;
O chão que deu quatro estrelas
Não foi céu porque não quis.
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Quem não cantar do meu tanto
Não acompanha o meu passo,
Não tem a força que eu tenho,
Quando manejo o meu braço,
Não planta a roça que eu planto
Nem faz verso que eu faço.
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Na vida de Michael Jackson
Eu digo o que aconteceu
Não tinha fama arranjou
Era pobre enriqueceu
Era preto ficou branco
Mudou de cor e morreu.
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Eu sei que Jesus do céu me conhece,
Gosta do meu verso, dessa propaganda.
Se eu peço um repente, o Cristo me manda,
Me manda ligeiro, pois lá do céu desce.
Depois, na cabeça, o verso aparece,
Me desce pra boca pr’eu pronunciar.
Inda tem um anjo para me ajudar.
E tem uma máquina nesse meu juízo:
Não faz outra coisa, só faz improviso
Nos dez de galope na beira do mar.
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GERALDO AMÂNCIO CANTANDO COM VALDIR TELES