Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 12 de maio de 2020

A FORÇA DO PEQUENO DAVI, O BEBÊ QUE VENCEU A COVID-19

 

A força do pequeno Davi
 
O recém-nascido e a mãe estão em casa. Ainda isolada da família, ela foi a primeira mulher com diagnóstico positivo para o novo coronavírus a dar à luz no Distrito Federal

 

ROBERTA PINHEIRO
THAIS UMBELINO

Publicação: 12/05/2020 04:00

Enquanto aguardava a alta, Davi, filho de Mariene 
e Ricardo, ganhou equipamento de proteção para bebês confeccionado pelas enfermeiras do Hran (Fotos: Arquivo Pessoal)  

Enquanto aguardava a alta, Davi, filho de Mariene e Ricardo, ganhou equipamento de proteção para bebês confeccionado pelas enfermeiras do Hran

 

Reestruturado como unidade de referência no atendimento aos casos de covid-19 no DF, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) realizou, desde o início da pandemia, dez partos. Entre eles, o do pequeno Davi, nascido na sexta-feira. De Planaltina, Mariene Silva Moreno, 28 anos, chegou à unidade de saúde com 37 semanas de gestação. “Estava no serviço e ela me ligou pedindo para ir embora urgente, fiquei com medo por conta da gravidez. O médico do postinho de saúde pediu uma ambulância e fomos para o Hran. A pressão dela estava alta, mas ela não estava sentindo nada. Tinha tomado vacina e estava com febre e o nariz escorrendo”, relembra o marido, Ricardo Bento da Silva, 31.
 
Com sintomas leves para a covid-19, a gestante passou por duas checagens: o teste rápido e o exame RT-PCR, que comprovou a contaminação. O médico Ricardo de Souza Monteiro, responsável pelo comando do gabinete de crise do novo coronavírus no hospital, afirma que, desde quando foram instituídos os novos fluxos, a unidade de saúde realiza os partos de mulheres com fortes suspeitas do vírus, com sintomas gripais ou com histórico de ter tido contato com quem testou positivo.
 
No mesmo dia em que Mariane deu entrada na unidade de saúde, os médicos realizaram a cesárea. Davi nasceu na madrugada da última sexta-feira, com 2,93kg, e ela se tornou a primeira mulher com diagnóstico positivo para o novo coronavírus a dar à luz no DF.
 
Depois de acompanhar o parto normal dos dois outros filhos — Nicole, 5, e Pedro, 3, — Ricardo estava preocupado. “Tinha medo de a doença passar para o bebê”, comenta o pai de Davi. Mas tudo correu bem e mãe e filho receberam alta justamente no Dia das Mães. “Estou muito feliz de termos ido embora todo mundo junto. Podia ter ocorrido o pior, mas os dois se recuperaram no momento certo. Com certeza, foi um presente de Dia das Mães, uma felicidade que ela ganhou neste momento e que comprova nosso grande amor”, declara Ricardo. O papai passou pelos exames, mas testou negativo para o novo coronavírus.
 
Enquanto aguardava a alta médica, o mais novo brasiliense ganhou um equipamento de proteção facial confeccionado especialmente para os bebês pelas enfermeiras do hospital, que substituiu a máscara comum. “O Davi não chegou a fazer teste, não houve necessidade, porque só realizamos exame no neném se a mãe tiver sintomática. Como tinha mais de 10 dias que a Mariene apresentava os sintomas, ela não está mais contagiante. Mas, obviamente, tanto ela quanto o bebê serão observados”, afirma Ricardo de Souza Monteiro.
 
Em casa, Mariene está isolada, em um quarto separado, por uma semana. O único contato que ela tem com Davi é a amamentação. “Ela está bem cansada ainda, se recuperando da cirurgia. Tem dia que chora por não poder sair. O Davi é muito tranquilo, só mama e dorme. Não vemos a hora disso tudo passar e podermos reunir toda a família e dar aquele abraço”, afirma o pai. Ele segue as orientações dos médicos e usa máscara, inclusive, dentro de casa.
 
Precaução
 
Apesar de não haver trabalho científico que comprove a contaminação do neném pelo novo coronavírus durante a gestação, neste período de pandemia, o parto, como procedimento médico e cirúrgico, também sofreu mudanças. A equipe que atua foi reduzida para não haver aglomeração. Todos os equipamentos de proteção foram reforçados, com a utilização de luvas, capotes, máscaras equivalentes a N95 e ainda as de proteção facial acrílica, do modelo face shield.
 
“Triplicamos os protocolos de limpeza das salas e diminuímos a exposição da equipe. O objetivo disso é diminuir o risco de contaminação dos profissionais que prestam assistência às gestantes, já que o vírus é transmitido pela pessoa e pelo ambiente. Dessa forma, também reduzimos o consumo de equipamentos de proteção individual (EPIs), que estão difíceis de conseguir em todo o mundo hoje”, detalha Monteiro. Nesse período de pandemia, o parto humanizado, com a presença de um acompanhante, está temporariamente proibido no Hran.
 
Moradora de Águas Lindas de Goiás (GO), Gislene de Souza Ferreira, 31, também integra o time que permite encontrar singelos sorrisos em meio a tantas notícias ruins. Na madrugada da última quarta-feira, ela deu à luz as gêmeas Helena e Elisa, com 2,380kg e 2,305kg, respectivamente. Embora o primeiro teste de Gislene tenha dado negativo para o novo coronavírus, a equipe médica do Hran preferiu aguardar o resultado da contraprova. As bebês receberam máscaras de proteção criadas pelas enfermeiras da unidade e, dias depois, foram levadas para casa pelo pai.
 
Ele recebeu o resultado negativo ontem, contudo, como teve algumas complicações no parto, foi levada para o Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde segue em acompanhamento. Sem previsão de alta médica, Gislene aguarda ansiosa o encontro com as filhas. O encontro com Helena e Elisa tem sido por meio de foto. A paciente está em um quarto da maternidade da unidade de saúde. Além das gêmeas, ela é mãe de outras três meninas.
 
As 11 maternidades onde são realizados os partos na rede pública de saúde do DF ficam localizadas nos hospitais de Ceilândia, Planaltina, Taguatinga, Asa Norte, Samambaia, Gama, Santa Maria, Sobradinho, Brazlândia, Paranoá e no Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib). Com a pandemia, cada Superintendência Regional de Saúde passou a atribuir normas de funcionamento específicas, de acordo com o espaço físico disponível nos protocolos clínicos. Ao dar entrada no hospital, a gestante é informada sobre a questão do coronavírus e tem direito a um acompanhante, que não esteja com sintomas gripais. “Alguns hospitais estenderam os turnos de acompanhamento de seis para 12 horas, para reduzir o fluxo de pessoas. As maternidades também diminuíram ou eliminaram os horários de visitas”, esclareceu a pasta, em nota.
 
Jornal Impresso

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros