Dirigentes da CUT já lutam por vagas nos botes que podem depositá-los em algum gabinete do Congresso
As reformas aprovadas pelo Congresso deveriam ter sido mais ousadas? Claro que sim. O governo federal exagerou nas concessões a bancadas orientadas pelo oportunismo? Sem dúvida. Foi muito salgado o preço pago em verbas e cargos pelo apoio de deputados e senadores? Foi. Ainda assim, bem-vindas sejam as mudanças ocorridas na legislação trabalhista, no sistema eleitoral e em outras velharias do século passado.
A cláusula de barreira, por exemplo, começará a desmatar a selva dos partidos de aluguel. A coligação em eleições proporcionais vai morrer só em 2020, mas é animador constatar que a agonia é irreversível. As relações trabalhistas enfim começaram a cruzar a fronteira do terceiro milênio. E o fim da contribuição sindical obrigatória apressou a erradicação da pelegagem viciada no ócio sem dignidade.
Como a chuva de dinheiro cessou, os chefões das entidades sindicais vão descobrindo que a farra bilionária está perto do fim. Por enquanto, a maioria dos sindicatos e federações aperta o cinto dos outros e demitem funcionários, mas alguns pelegos amamentados por governos do PT já planejam o abandono do barco condenado ao naufrágio.
Dirigentes da CUT, por exemplo, lutam por vagas nos botes que podem alcançar a Praça dos Três Poderes e depositá-los no atracadouro do Congresso, ao lado de algum gabinete parlamentar. Os náufragos vigaristas sabem que só a vida mansa de deputado é comparável ao vidaço de sindicalista pelego.
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PESQUISA ELEITORAL PRECOCE