Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sexta, 02 de agosto de 2024

A FALTA QUE ELE ME FEZ (CRÔNICA DA COLUNISTA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL)

A FALTA QUE ELE ME FEZ

Violante Pimentel

Estou tensa com o avançado da hora. A partir da meia noite, também terei que me desligar dele. Não poderei vê-lo, pegá-lo ou apertá-lo. Ele é meu companheiro de todas as horas. Sem ele, não me deito. E se me deito, não consigo dormir. Tem sido o meu amor e está comigo em todas as horas. A saudade dele está “doendo em mim”.

 

 

 

Pela primeira vez, depois 10 anos, vi-me obrigada a me afastar dele. Nunca imaginei que isso fosse possível. De repente, não mais que de repente, isso aconteceu.

Para mim, ele é do tamanho do mundo. Um mundo de paz e alegria.

A tranquilidade bateu em minha porta, desde o dia em que o conheci.

Fecho os olhos e tento mudar o pensamento. Sem ele, perdi “meu norte” e nada me satisfaz.

De repente, senti falta dele. De repente, o mundo parou. A sensação de que o ar iria me faltar tomou conta de mim. Senti pânico. Medo da vida, medo de tudo.

Já no Centro Cirúrgico, aguardando a minha vez, senti a boca seca.

Pensamentos confusos me embaraçaram a mente.

Pedi água, mas não me deram. Pedi ajuda a quem estava por perto, mas todos me ignoraram. Mesmo sem respirar direito, fechei os olhos. O Centro Cirúrgico estava gelado. Não notei quando fui anestesiada. Só me lembro do médico me respondendo “não” a tudo o que eu pedia.

Quando despertei, o pesadelo havia terminado. A cirurgia de vesícula foi um sucesso.

Com alegria, recebi de volta meu inseparável SORINE, razão dessa minha agonia.

O cirurgião, risonho, disse que ali no Centro Cirúrgico, já tinha visto de tudo:

Pacientes com escapulários, “agnus dei” e medalhas de santos, mas pela primeira vez na vida, tinha visto uma paciente desesperada, agarrada com um vidro de “sorine”.


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