Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 19 de outubro de 2019

A ESTIRPE E AS PRÁTICAS DO PSL

 

 

A estirpe e as práticas do PSL

É de se aguardar o que restará da legenda. Seja como for, a disputa deixa claro que suas preocupações não estão alinhadas com o interesse nacional

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

19 de outubro de 2019 | 03h00

Desde o início do mandato, o presidente Jair Bolsonaro não manifestou interesse na formação de uma base de apoio no Legislativo. Agora, corre o risco de não poder contar nem mesmo com o seu partido para dar andamento às reformas no Congresso. O País assistiu nessa semana a verdadeiras batalhas tribais no PSL, que escancararam os piores costumes da chamada velha política. É de aguardar o que restará da legenda depois de tamanha dilaceração em praça pública. Seja como for, a disputa entre membros do PSL deixa claro que suas preocupações não estão alinhadas com o interesse nacional. Toda essa luta fratricida ocorreu a menos de uma semana de o Senado retomar a votação da reforma da Previdência. Esqueceram-se do País?

De toda forma, o que ocorreu nesta semana representa substancial rebaixamento do nível de civilidade. Ficou evidente que, de lado a lado, há no PSL gente disposta a usar todos os meios, sem maiores pudores, para derribar os opositores internos. O próprio presidente da República deu mostras de participar dessa disposição.

 Jair Bolsonaro comandou a manobra para destituir o líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO). Deputados da sigla relataram que foram pressionados pelo presidente a assinar uma lista para tirar Waldir e colocar o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) na liderança da bancada. “Assina, se não é meu inimigo”, relatou ter ouvido de Bolsonaro uma deputada do PSL. Apesar do empenho pessoal do presidente da República, a manobra fracassou e o Delegado Waldir manteve-se na liderança da legenda.

O episódio suscitou a ira do grupo ligado a Luciano Bivar. “Eu vou implodir o presidente”, disse Delegado Waldir, em reunião interna da legenda. “Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, disse o Delegado Waldir, sem especificar qual seria o conteúdo da mencionada gravação.

Após o vazamento do áudio, o presidente Bolsonaro destituiu a deputada Joice Hasselmann (SP), ligada ao grupo de Bivar, da função de líder do governo no Congresso. Tendo manifestado a intenção de concorrer no ano que vem à Prefeitura de São Paulo, Hasselmann representa atualmente um problema para os planos políticos da família Bolsonaro na capital.

Para agravar a situação, Luciano Bivar planeja destituir os filhos do presidente, Eduardo e Flávio, do comando dos diretórios do PSL de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente. Os processos de destituição estavam em andamento ontem à tarde. Faltaria apenas a assinatura de Bivar.

Mesmo depois do fracasso da manobra contra o deputado Delegado Waldir, o Palácio do Planalto não desistiu de trocar a liderança do PSL na Câmara. A ala bolsonarista prepara nova lista com assinaturas de parlamentares para tirar Waldir. Em contrapartida, a cúpula do PSL aumentou ontem o número de filiados com direito a voto em reuniões nacionais da sigla – de 101 para 153 – e suspendeu das atividades partidárias cinco deputados federais ligados a Jair Bolsonaro: Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Carlos Jordy (RJ). Com isso, diminuiu o poder da ala ligada a Bolsonaro, tornando ainda mais difícil dar a Eduardo Bolsonaro a liderança da sigla na Câmara. A ver os próximos capítulos.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, amenizou os efeitos da crise do PSL. “Não se trata de um problema de natureza política, que impacta o Legislativo, mas, sim, do problema de um partido”, disse Ramos. Sem base governista e tendo o PSL 53 deputados, toda disputa interna do partido afeta a pauta do governo no Congresso. O que dizer dessa luta fratricida?


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