Quem acompanha “Marcella” desde a estreia, em 2016, sabe que a personagem-título da série é uma detetive atormentada. Volta ao trabalho 12 anos depois de abandoná-lo para cuidar da família. Agora, separada, sente saudade da delegacia. A readaptação é penosa: a rotina que ela conhecia mudou e a tecnologia evoluiu. Para piorar, Marcella (Anna Friel) não luta apenas contra criminosos: sofre de problemas psiquiátricos e tem lapsos de memória. O papel é muito interessante e deu à atriz o Emmy Internacional em 2017 (uma curiosidade: ela disputou com Adriana Esteves, também finalista, por “Justiça”). A terceira temporada desse thriller noir acaba de chegar à Netflix (é uma produção da britânica ITV).
Quem achava que conhecia a protagonista vai levar um susto (tem spoiler). Os dois primeiros terços do episódio de estreia confundem bastante. Marcella ressurge louríssima, vivendo no campo com um estranho. Atende pelo nome de Keira. O espectador chega a desconfiar de que assiste à série errada. Mas não. A protagonista está numa missão para a polícia e é tudo disfarce. O trabalho da atriz é minucioso e ganha mais uma camada dramática. Keira usa salto alto, mas Marcella mantém o andar ligeiramente masculino. É só um detalhe, mas que serve a mostrar o esforço de composição. A ação se desenrola em Belfast, numa área pobre e também na propriedade de uma família mafiosa e milionária, onde a personagem se infiltra. Essa não é