Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo domingo, 25 de setembro de 2022

A ENGENHARIA DA VIDA E DA SOBREVIVÊNCIA (CRÔNICA DE JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

A ENGENHARIA DA VIDA E DA SOBREVIVÊNCIA

José de Oliveira Ramos

 

 

O arquiteto João de Barro na construção da sua moradia

Quando começamos os estudos, aprendemos, alguns anos depois que, as espécies vivas no planeta Terra “evoluem” – de acordo com a teoria de Charles Darwin, estudioso que, contestado ou não, conseguiu deixar como válidas suas teorias.

Depois, aprendemos também, que, as espécies se renovam tanto quanto se multiplicam – embora a espécie chamada humana não esteja atentando bem para isso nos dias atuais, entendo que alguém do sexo masculino “pode e tem direito” de pretender formar uma família com alguém do mesmo sexo. Pode até formar essa família, mas vai chegar um tempo que “multiplicar”, só se for com filhos infláveis comprados nas lojas de brinquedos.

Quer dizer, a sociedade “permite” e aceita, mas a Natureza diz “não”. Mas esse é outro assunto, e não está em pauta.

Voltemos à outras espécies.

Conseguindo se multiplicar de várias formas, convivendo entre si e se alimentando de milhares de formas diferentes, as formigas, por exemplo, têm um trabalho diferente. São várias as espécies. Afirmam os estudiosos que, de uma forma ou de outra, todas são úteis entre si, para a manutenção da biodiversidade.

As formigas devem ter uma relação muito próxima na Natureza. Sim, por que, como pode um ser vivo que não usa chips, não come pizza, não anda de avião, não paga impostos, não vê futebol nem torce pelo Flamengo ou Corínthians, ser avisado de quando vai chover, e, para se prevenir, carregar para si e para toda a sua “comunidade” a ração que vai consumir durante as intempéries?

Diz o ditado popular que, “formiga que quer se perder, cria asas”. Mas existem aquelas que voam naturalmente entre uma chuva e outra. Existem, também, aquelas que adoram açúcar, e ainda, aquelas que, quando ferroam alguém, a ferroada transmite algo que dói para caramba.

Já fizeram até filmes (A guerra das formigas) com esses seres inteligentes além da conta, que nunca incomodam os humanos; além de não perderem tempo votando em qualquer 3 de outubro.

É a Lei da vida.

Mas, o nosso mundo não é habitado apenas por nós e pelas formigas. Existem outros seres. Esses, inclusive, mais livres que nós. Têm asas e lhes foi dado o direito de voar. Voar livremente. Voar para onde desejarem.

São mais felizes que alguns de nós, pois constroem suas casas ou vilas sem a necessidade de comprar barro, tijolos, cimento, ferro, e sem precisar a liberação dos CREAs. São eles os próprios arquitetos das suas moradias e sequer precisam do “habite-se”.

Não é maravilhoso, ser um João-de-Barro?

É deles o mister da certeza de que podem ou não construir suas moradias sem serem importunados pela chuva – e acabam trabalhando em casal para agilizar mais ainda a construção da moradia, pois, provavelmente, as crias estão a caminho.

Nossas estórias que viraram histórias de tanto serem contadas, nos informaram que, ao lado de um “João”, quase sempre existe uma “Maria”. João e Maria, contam as estórias que na infância nos acalentavam e faziam dormir – e precisávamos ser transportados nos braços de adultos para as nossas camas ou redes.

Assim, existe também a “Maria-de-Barro”?

Enfim, entre todos os “Joões” que sobrevivem comendo formigas, lagartas, em que consiste mesmo a manutenção da biodiversidade?

Num futuro nem tão distante, como um João-de-Barro poderá construir suas casas e nos ajudar no combate das pragas, se a cada dia cresce o desmatamento que está obrigando as aves fazerem seus ninhos de reprodução nos postes de iluminação e nas janelas dos apartamentos dos prédios?

Quem, enfim, comerá as formigas e as lagartas?

Quem será aliado da sabedoria matuta, voando, para avisar “se vai chover ou não”?


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