Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas quinta, 31 de outubro de 2019

A: ENERGIA BOA E CELEBRAÇÃO

 

Energia boa e celebração
 
 
Além de oficinas gratuitas de dança africana, escrita afetiva e composição, o Festival Yalodê reúne artistas para comemorar a ancestralidade africana

 

Irlam Rocha Lima

Publicação: 31/10/2019 04:00

Áurea Martins
 (Mariza Lima/Divulgação)  
Áurea Martins
 
No dialeto yorubá, a palavra yalodê designa quem lidera as mulheres da cidade. A expressão dá nome ao festival que ocorrerá de amanhã a domingo, abrindo a celebração do mês da Consciência Negra em Brasília, com uma programação artística de shows e oficinas, protagonizada por cantoras e compositoras afrodescendentes.
 
O público poderá apreciar gratuitamente vozes, ritmos, estilos, identidades e trajetórias e gerações diversas, proporcionados por mulheres do samba, jazz, hip-hop, da música luso-africana e da cultura popular, numa intensa troca de experiências e conhecimentos. A sambista brasiliense Cris Pereira, por exemplo, terá como convidada a veterana Áurea Martins, celebrada intérprete carioca de jazz; enquanto a cantora candanga Letícia Fialho vai dialogar com a francesa Anaïs Sylla.
 
“Uma yoladê lidera e potencializa outras mulheres, de acordo com a cosmovisão de matriz africana, e esse festival é um espaço para o encontro das múltiplas e potentes identidades artísticas de mulheres negras da diáspora”, afirma Sara Loiola, produtora e idealizadora do encontro, na área externa do Museu da República, com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal.
 
Atividades formativas, com oficinas gratuitas de dança africana, escrita afetiva e composição, além de painel sobre carreira e trajetória no mercado musical serão oferecidas no transcorrer do festival. Amanhã, na abertura da programação de shows, Cris Pereira e Áurea Martins farão abertura dos trabalhos. Em seguida subirão ao palco Fanta Konate (Guiné Conacri), que mostrará, numa viagem musical, aspectos da cultura tradicional do povo mandên. A baiana Larissa Luz fecha a primeira noite, com o show Trovão, pela primeira vez na capital. 
 
Cris Pereira
 (Guto Martins/Divulgação)  
Cris Pereira
 
Santo de casa
 
Domingo, quem se apresentará primeiro é a rapper Realleza, do Sol Nascente. Outra representante brasiliense no festival, Letícia Fialho, que desenvolve um trabalho multi-rítmico, receberá a francesa Anaïs Sylla. No encerramento do Yalodê, Mariene de Castro trará para o brasiliense o elogiado espetáculo Santo de casa, baseado no samba de roda da Bahia, com o qual celebra a cultura popular brasileira.
 
Para Cris Pereira, além de abrir a celebração do mês da Consciência Negra na capital federal, o Yoladê se caracteriza pela diversidade de estilos, apresentados, em sua especificidade, pelas artistas participantes do festival. “Vou receber Áurea Martins, uma grande intérprete, com longa e sólida carreira na música popular brasileira. Juntas faremos um show de samba-jazz, acompanhadas por Lucas de campos (violão e direção musICAL), Igor Diniz (contrabaixo acústico), José Cabrera (piano), Leander Motta (bateria) e Leandro Barcelos (sopros)”, anuncia.
 
Áurea, que em 2018 participou de um festival de jazz na cidade, acredita que iniciativas como o Yoladê fortalecem a cultura negra do país, representada por várias vertentes musicais. “Vou começar a gravar um CD com o pianista Cristovão Bastos, cantando de Tito Madi a Vinicius de Moraes. Nesse show em Brasília vou interpretar canções do meu repertório, com a levada jazzística, que caracteriza meu estilo interpretativo”, adianta.
 
Fanta Konate (Tato Comunicação/Divulgação)  
Fanta Konate
 
Maravilha marginal, nome do show de Letícia Fialho, deu título ao álbum que ela lançou em 2018. “Composições autorais desse disco estarão lado ao lado de outras do EP Purpurina anzol, que saiu recentemente. Terei como convidada Anaïs Sylla, artista francesa com um trabalho eletroeletrônico interessante, a quem conheci em São Paulo, onde chegamos a compor juntas”, elogia. “Teremos a companhia em cena da Orquestra da Rua e do sanfoneiro Rodrigo Zolete”, acrescenta.
 
Larissa Luz, que tem viajado pelo país com o musical Elza (homenagem a Elza Soares), num raro momento de folga aceitou o convite para participar do Yalodê. “Já estive em Brasília outras vezes, mas ainda não havia apresentado na capital o Trovão, meu novo projeto solo. Esta vai ser uma oportunidade para mostrar esse show, como parte de um festival dessa importância”, ressalta.
 
 
 
Festival Yalodê 
Programação de shows: sábado, a partir das 20h30, shows de Cris Pereira e Áurea Martins, e Fanta Konate e Larissa Luz, sábado, a partir das 20h30. Antes se apresentam os DJs Savana e Pati Egito. Domingo, a partir das 19h30, shows de Realleza, Letícia Fialho e Anïs Sylla, Mariene de Castro. Antes se apresentam DJ Savana e no encerramento 9o DJ Pati Egito. Na área externa do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. Amanhã haverá oficina de dança com Fanta Konate, às 18h30; e um painel sobre carreira e trajetória musical com Áurea Martins, Cris Pereira, Lídia Taillet, tendo Aryane Sánchez como mediadora, no auditório do Museu da República. Todos os eventos têm entrada franca.
 
 
 
Entrevista/ Mariene de Castro
 
 (Thiago Castro/Divulgação)  
 
Que avaliação faz dos seus de 20 anos de carreira artística?
Olhando minha história, só tenho o que agradecer. Sou uma mulher negra, nordestina, canto a cultura de meu povo, sou filha de Oxum e hoje posso dizer que já tenho 20 anos de carreira e lindas vitórias. Um caminho de muita fé, força, coragem, resiliência e amor.
 
 
O samba de roda, marca registrada do seu trabalho, a fez se aproximar de Roque Ferreira. Que importância ele teve para você como cantora e intérprete?
Roque é minha alma gêmea na música. Ele escreve o que minha alma precisa dizer. Assim sempre foi e assim pra sempre será.
 
 
A mudança de Salvador para o Rio de Janeiro lhe trouxe que tipo de ganho?
O Rio me deu muitas coisas lindas! E eu, de braços e coração abertos, só agradeço.
 
 
Com três discos de estúdio, dois ao vivo e dois DVDs, qual é  o seu projeto atual?
Vivo um momento em que cultivo algumas flores nesse meu jardim. Roda a baiana é meu projeto com o Jongo da Serrinha. Acaso casa acabo de lançar com Almério. O Santo de Casa é o projeto de minha vida. Seguirei levando a cultura popular pelo Brasil afora.
 
 
O que representa para você participar do Festival Yalodê, evento que propõe o fortalecimento da cultura negra no país? 
Eu me sinto honrada e agradecida! Desejo que seja iluminado e sagrado. Um projeto com esse nome só traz boas energias.

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