Mel de abelha só sabe fazer o bem
Os tempos estão amargos. Precisamos adoçar isso um pouco, e falar de mel. Falar da doçura do mel, passeando um pouco e rápido pela dificuldade de “fabricar” algo tão doce e benéfico para a saúde. Benefício sem nenhuma contraindicação. É doce e só faz o bem.
Hoje viajaremos na doçura do mel. Com o devido cuidado, para não nos lambuzarmos.
“O mel é um produto natural obtido a partir do néctar das flores e de excreções da abelha. Além de ser um ótimo adoçante natural, este alimento é cheio de benefícios porque conta com ação antimicrobiana, capaz de impedir o crescimento ou destruir micro-organismos e assim proteger contra doenças.”
O mel com “industrialização” apenas na embalagem
Dito acima, o mel é um produto do néctar das flores visitadas e polinizadas pelos vários tipos de abelhas que o Único Poderoso colocou no mundo. Cada tipo com sua resistência de habitat, capacidade produtiva diferenciada, e motivação recebida da Natureza, em especial na estação primaveril.
Sem flores não haverá mel. Quanto mais o humano (???!!!) destruir a natureza inviabilizando a visível existência das estações climáticas no planeta, sem árvores, menos abelhas teremos e o mel será transformado em algo de acentuado amargor diferente.
Veja o que garante a Nutricionista TATIANA ZANIN a respeito dos benefícios do mel para a saúde humana:
“O mel possui propriedades nutritivas e terapêuticas que trazem vários benefícios à saúde. É rico em antioxidantes que protegem o corpo e o coração do envelhecimento, auxilia na diminuição da pressão sanguínea, dos triglicerídeos e do colesterol, contém propriedades contra bactérias, fungos e vírus, combate a dor de garganta e a tosse e pode ainda ser usado como adoçante natural.
No entanto, mesmo com todos esses benefícios, o mel deve ser consumido com moderação, já que ainda é rico em calorias e açúcar. A substituição do açúcar puro pelo mel em alguns alimentos ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis e pode trazer muitas vantagens para a saúde. Algumas dessas vantagens são:
1. Aumentar as defesas do corpo – Os compostos presentes no mel conferem poder antioxidante, o qual ajuda na proteção do corpo. Entre os benefícios, destaca-se a redução do risco de infarto e derrames, promoção da saúde dos olhos, além de auxiliar no tratamento de alguns tipos de câncer, como o de rim, impedindo a multiplicação das células cancerígenas.
2. Melhorar a saúde do coração – O mel traz benefícios à saúde do coração pois é capaz de aumentar o fluxo sanguíneo e reduzir a formação de coágulos. Esse processo ajuda na diminuição da pressão arterial, prevenindo assim doenças do coração.
3. Melhorar o colesterol e diminuir os triglicerídeos – O mel pode ser um bom aliado no combate ao colesterol alto, pois diminui os níveis de colesterol “ruim” (LDL) e aumenta o colesterol “bom” (HDL) do corpo. Ainda, o mel pode ajudar a diminuir os níveis de triglicerídeos porque pode ser usado como substituto do açúcar. Geralmente, dietas ricas em açúcar e carboidratos refinados causam aumento dos níveis de triglicerídeos, aumentando o risco de doenças do coração e diabetes tipo 2.
4. Combater bactérias e fungos em feridas – O mel possui propriedades que reduzem o tempo de cicatrização, pois é capaz de esterilizar feridas reduzindo a dor, cheiro e tamanho, promovendo, assim, a sua cura, sendo considerados eficaz e até melhor do que alguns curativos.
Pode ser também uma ótima opção para tratar úlceras nos pés de diabéticos pois combate os germes e ajuda na regeneração dos tecidos. O mel também já vem sendo usado para curar lesões de herpes oral e genital, já que reduz a coceira e funciona tão bem quanto as pomadas encontradas na farmácia. Também pode tratar bactérias resistentes a antibióticos, úlceras e feridas a longo prazo após a cirurgia e queimaduras.
5. Aliviar a dor de garganta, asma e tosse – O mel reduz a inflamação e inchaço da garganta e dos pulmões, sendo eficiente ainda nos casos de gripe e resfriado, melhorando o sono. É indicado tomar duas colheres de chá de mel na hora de dormir, pois o doce faz com que mais saliva seja produzida. Isso melhora a mucosa da garganta protegendo contra a irritação, reduzindo e aliviando a tosse, sendo, em muitos casos, mais seguro e eficaz que alguns xaropes.
6. Melhorar a saúde gastrointestinal – O mel é um prebiótico muito potente que nutre as bactérias boas que vivem no intestino. Logo, é benéfico para a digestão e para a saúde em geral. Além disso, também pode ser usado para tratar problemas digestivos, como diarreia e é eficaz no tratamento para as bactérias Helicobacter pylori, causadoras de úlceras gástricas. Ainda, outro chá que pode ser feito para combater a má-digestão é de mel com canela, pois esses dois alimentos naturais ajudam a melhorar o processo digestivo como um todo.
7. Ajudar na memória e ansiedade – O uso do mel em substituição ao açúcar vem sendo associado com a melhora da memória e dos níveis de ansiedade. Além disso, estudos indicam que o mel também pode melhorar a memória de mulheres na menopausa e pós-menopausa.
8. Tratar hemorroidas – O mel possui propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, analgésicas e cicatrizantes, que reduzem o sangramento e aliviam a dor e a coceira causadas pelas hemorroidas. Para esse efeito, basta misturar mel, azeite de oliva e cera de abelha e, depois, aplicar na região.
9. Combater a obesidade – Devido às suas propriedades, o mel melhora o controle de açúcar e gordura no sangue, reduzindo o estado inflamatório e auxiliando na manutenção do peso.” (Tatiana Zanin).
E… quem faz esse mel ser tão doce?
A abelha “engenheira do doce mel
Os especialistas afirmam que existem várias espécies de abelhas, sendo necessária, às vezes, a mudança de nome dessas espécies, de região para região deste país continental. Abelha africana, jandaíra, araçá, uruçu, mandaçaia, tiúba, jataí, contando ainda os marimbondos chapéu, amarelo e outras espécies, todas produzindo mel.
Cada espécie de abelha “trabalha” com tipo diferente de flores, de onde extrai o pólen. São chamadas também de “abelhas operárias” e recebem comando da “abelha rainha” – mesmo tipo de vida da Rainha da Inglaterra. Reina, mas não manda nada.
Marimbondo chapéu ou marimbondo de fogo
O marimbondo produz mel. Não se tem informação afirmando o consumo do mel produzido pelo marimbondo – sempre em menor quantidade que o produzido pelas abelhas. Provavelmente, por conta das diferenças entre as colmeias.
Do marimbondo se tem informação dizendo da dor provocada no ser humano pela “ferroada” desse mosquito. Quem já teve a má sorte de ser ferroado pelo marimbondo não faz nenhum elogio.
Eu mesmo, criança e ainda morando em Queimadas, quase perdi um primo por conta de uma ferroada do marimbondo chapéu. Um só marimbondo não. Vários. Foram ferroadas nos lábios e nos olhos. A falta de cuidado adequado levou à uma infecção, e essa causou problema grave para a visão.
Colmeia do marimbondo chapéu
Distante da intenção de procurar mel (e era fácil encontrar enxames de arapuá, uma abelha preta que constrói colmeia nas árvores semelhante ao cupinzeiro), a infância premiava a meninada com a diversão do “caçar com baladeiras” – alguns até contribuíam com rolinhas, juritis, camaleão, teiú, nambus para completar o “dicumê”, quase sempre feijão com nada – e era isso que a levava à mata.
Comum encontrar cobras verdes, cobras de cipó, libélulas, gafanhotos, calangos, mané-magos, louva-deus e também muitos marimbondos.
Criança que sabe ser criança, “não bole com marimbondo”, era o que aconselhavam os avós, quando pegávamos a baladeira e o bornal com pedras e outros apetrechos apropriados para aquela divertida obrigação de caçar.
Marimbondo não ficava fora do caminho. Avistado, ninguém se atrevia e mexer. Quando se atrevia, mexia e saía de perto.
Marimbondo da febre
Entretanto, havia nas Queimadas uma espécie rara de marimbondo desconhecida para um sem-número de pessoas mas, conhecida pela meninada, principalmente a que andava pelas matas caçando aves ou filhotes ainda nos ninhos para criar. Era criado com a intenção do entretenimento, sem qualquer tipo de maldade com as pequenas aves.
Essa espécie de marimbondo construía uma colmeia em forma de pera, mas os “afuleimados” garantiam que se assemelhava a um seio de menina. Pequeno e rijo. Era ali que viviam os marimbondos que, ferroando alguém, provocava febre. Provavelmente, era uma espécie que tinha alguma serventia para os pesquisadores. Essa espécie, ninguém se atrevia à saber se produzia mel ou apenas ferroava.
Mas, entre todas essas espécies de abelhas ou marimbondos que produzem mel, uma espécie em especial chama a atenção de duas comunidades: a comunidade indígena, que faz uso do mel para fins terapêuticos; e a comunidade dos pesquisadores, que há anos tenta descobrir a forma habitacional em função do pequeno porte da abelha e a sua real utilidade medicinal para a saúde humana.
Comumente é conhecida como “abelha mosquito” e é o seu tamanho minúsculo que causa curiosidade. Escolhe os lugares mais fáceis de serem encontrados, tanto para viver quanto para produzir.
A abelha mosquito escolhe o jucá ou pau-ferro para construir suas colmeias. Constrói no miolo dessas árvores a sua colmeia e ali produz e se reproduz, sem a preocupação de ser incomodado. Mas os indígenas sabem a forma para extrair o mel medicinal da abelha mosquito.
A abelha “mosquito” de mel medicinal preferido pelos indígenas