O anel de médico tem, como símbolo, duas cobras. Um médico muito brincalhão, dizia que esse símbolo tem um significado: “Se cura, cobra; e se mata, também cobra”.
Segundo a mitologia grega, Asclépio é considerado o deus da medicina, e a serpente é considerada o símbolo da saúde.
Estava Asclépio em um dos atendimentos a pacientes em seu templo, quando uma serpente enrolou-se em seu cajado. Naquele momento, o semideus não poupou esforços para retirá-la, mas a serpente tornava a subir em seu cajado novamente, onde permaneceu para sempre.
De acordo com outro escrito da mitologia, Asclépio conseguiu matar a serpente. No entanto, para surpresa do semideus, surgiu uma segunda cobra, transportando uma erva em sua boca. Esta segunda cobra depositou a erva na boca da serpente morta, que instantaneamente ressuscitou. E assim, Asclépio aprendeu a ressuscitar pessoas, fazendo o uso dessa erva especial, o que acabou despertando a fúria de Zeus.
A serpente também estaria relacionada a uma crença, de que as cobras seriam donas de grande sabedoria, da capacidade de regeneração (a troca de pele) e de curar (através de seu veneno). Elas também são relacionadas à imortalidade e ao ciclo da vida.
Há médicos simples e caridosos, que exercem a medicina como se fosse um Sacerdócio.
Quando não havia Planos de Saúde nem SUS, havia, em Natal, um médico muito caridoso, chamado Dr. Luiz Antônio dos Santos Lima, tio da minha mãe, que, uma vez por semana, atendia e tratava pacientes pobres, chamados “indigentes”, no seu consultório particular. Ele foi o precursor da Quimioterapia em Natal, e hoje, o Hospital do Câncer tem o seu nome.
Quando alguém entra numa loja para fazer uma compra, tem que pagar.
O barbeiro não faz barba de graça pra ninguém e só atende na barbearia. Da mesma forma, o advogado não trabalha de graça pra ninguém e só atende no escritório.
O ferreiro, o pedreiro, o encanador e o eletricista, também, só trabalham por dinheiro.
Há pessoas hipocondríacas e inconvenientes, que não podem ver um médico, sem se consultar, até no meio da rua. Essas pessoas esquecem que as receitas que os médicos passam são fruto de vários anos de estudo, esforço e experiência, e que eles gastaram muito para se formar e fazer residência médica, para obter uma especialização.
Pois bem. Esse abuso, antigamente, era tão constante na vida de Dr. Isaltino, que, quando ele precisava resolver qualquer coisa no centro da cidade, ficava nervoso, temendo se encontrar com alguém inconveniente, querendo se consultar na rua.
Um certo dia, precisando resolver problemas bancários na Cidade Alta, Dr. Isaltino atravessava a rua em frente ao banco, quando foi abordado por uma mulher, com aspecto de rica e muito falante:
– Doutor Isaltino, o que é que o senhor faz, quando tem tosse?
Irônico, o médico respondeu:
– Eu tusso, minha senhora!
Sem se mancar, a mulher continuou, atrapalhando o médico:
– Sim, doutor, às vezes, sinto uma dor no peito, que responde aqui no fígado, causando um grande mal-estar . O senhor acha que pode ser o que?
Dr. Isaltino, médico de renome, Clínico Geral, respirou fundo, olhou para um lado e para o outro, e numa reação hilária e eficaz, falou:
– Vamos ver isso…Dispa-se, para eu examinar a senhora!!
– Como? Aqui no meio da rua? O senhor acha que eu sou doida?
No mesmo tom, Dr. Isaltino respondeu:
– E a senhora acha que eu tenho consultório no meio da rua?
A mulher saiu resmungando, e falando impropérios.