A noite chega trazendo pirilampos e poesia
A penumbra da noite vai chegando, caindo e caindo, como se fora o primeiro acorde de uma sonata, ou os primeiros versos de uma poesia escrita com o tilintar dos chocalhos das cabras e dos bodes a caminho, mais uma vez, do aconchego das camas de palhas secas do chiqueiro.
Plem, plem, plem, repetidas vezes bate do badalo do chocalho ecoando nas mais distantes paragens, fazendo coro com os berros dos esfomeados cabritos, pela mamada noturna antes da madorna caprina.
Chiqueiro cabra! Chiqueiro! Queiro, cabra! Repete a voz humana do comando, que aos poucos vai escasseando pela obediência, como se fora uma conversa codificada do mandar e do obedecer, entre o homem e o animal.
A noite acaba de cair. Caiu pesada, escura, para dividir mais uma vez a claridade do fim do dia, da claridade do amanhecer seguinte – o ciclo planetário da vida na Terra dos Homens criados e conduzidos por Deus.
A boquinha já se transformou na lugubridade da bocarra da noite. Luzes artificiais se fazem necessárias. Fósforos riscados trazem a claridade; lamparinas, velas e candeeiros são acesos nos avisos inconfundíveis para as mariposas.
Não longe dali, uma, duas, três cigarras cantam incansáveis num ritmo alucinante, fazendo coro com os pios lúgubres e alvissareiros das não sei quantas corujas. Naquele lugar, também são chamadas de “rasga-mortalha”.
Silêncio total e profundo, que permite escutar os lepo-lepos do bater do rabo do cavalo espantando mosquitos, mutucas e mariposas. A noite é assim.
Toda noite e a cada fim de dia, como o rasgar matinal da folhinha do calendário.
O susto do espermatozoide
O zoidinho andou, andou e andou até encontrar a bifurcação do caminho: era “entrar” e assumir o que pudesse vir depois, ou, “voltar” e cair no escárnio da vida mundana.
Pois, foi assim que tudo começou em Diamantino, numa das 31 noites do mês de março de 1955, quando um desesperado “zóide” saiu do cano provavelmente longo para se deparar com o primeiro grande dilema da sua já longa vida.
Atônito, percebeu que não havia mais como voltar – afinal, não custava nada tentar se dar bem. Eis que, ao se dar conta de onde estava, ficou boquiaberto, assustado com o lugar. E assim “permanece” até hoje.
Pacamão – peixe que tem a boca da largura da redondeza
Pacamão ou pacman (Batrachoides surinamensis) é o nome popular de também 5 espécies de peixes actinopterígeos marinhos do Brasil, que fazem parte da família Batrachoididae, onde se classificam mais 69 espécies em 19 gêneros no mundo todo.
No Brasil, a espécie também é chamada de peixe-sapo, tamboril, pacamã, pacamão ou peixe-cuíca. dependendo da região. É um peixes de couro, demersal, de vivência piscívora, cabeça grande e achatada, de cores pardas, capazes de se enterrar parcialmente, se camuflando no substrato marinho de onde surpreende suas presas em velozes ataques. Podem chegar a 57cm de comprimento. De aparência monstruosa semelhante um sapo.
Nas turvas (por conta das fortes correntes) águas do Maranhão, o pacamão existe em grandes quantidades nos municípios de Alcântara, Cedral e Mirinzal.
É bastante apreciado e não tem o hábito de “soltar” nada. Muito ao contrário. Pega.